O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi taxativo em uma entrevista no domingo, 15: concorrerá à reeleição no Estado e não à presidência da República. O timing e a ênfase da declaração têm dois motivos, segundo aliados ouvidos pela Coluna do Estadão. Um deles é a vantagem do Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e até mesmo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação a ele na disputa de 2026, segundo a mais recente pesquisa Quaest. Nesse cenário, com os petistas como favoritos, não valeria a pena arriscar uma candidatura.
“Eu sou muito fiel àqueles que me elegeram”, disse Tarcísio, ao programa Canal Livre, da Band, em referência à população de São Paulo. Nas simulações de segundo turno da pesquisa Quaest divulgada na última quinta-feira, 12, Lula aparece com 52% contra 26% de Tarcísio. Haddad, por sua vez, marca 44% ante 25% do governador de São Paulo. Os dois petistas, segundo o levantamento, venceriam todos os candidatos de direita, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outro fator é a sinalização dada recentemente por Bolsonaro de que levará até o fim sua candidatura como representante da direita em 2026, mesmo inelegível e possivelmente preso.
Tarcísio, de acordo com pessoas próximas, não querer repetir com Bolsonaro o papel que Haddad desempenhou em 2018 com Lula - o agora ministro assumiu a cabeça de chapa somente em setembro daquele ano, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu a candidatura de Lula. Como mostrou a Coluna do Estadão, o ex-presidente ficou estimulado a esticar a corda e usar a mesma estratégia em 2026.
Além disso, nas últimas semanas também surgiram sinais de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode ser o nome que substituirá o ex-presidente na eleição. Segundo um interlocutor de Tarcísio, é “muita insegurança” para ele.
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