Sempre às turras com o Movimento Sem Terra (MST), próximo ao PT, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez um aceno à agricultura familiar, segmento tradicionalmente visado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem proximidade com o grande agronegócio, Lula recriou no início do governo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, e em julho lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar com recorde de R$ 76 bilhões no crédito rural.
Ventilado para disputar a Presidência em 2026, frente à inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio ampliou seus gestos ao grupo. Atendendo a uma demanda deles, lançou um pacote para o pequeno agricultor. Ampliou de R$ 52 mil para R$ 104 mil o teto que cada agricultor familiar pode vender em alimentos para o governo estadual por meio do Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS).
Além disso, o governador autorizou a assinatura, por meio do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), de mais dois contratos de cooperação entre produtores rurais e a agroindústria. Por meio da parceria, o assentado pode oferecer até 70% de seu lote para cultivo agroindustrial.
“Nossa meta é ampliar exponencialmente essa parceria com as cooperativas agroindustriais, que se instalam na região do Pontal, com o fim da insegurança jurídica diante da regularização fundiária da região”, afirmou o secretário estadual de Agricultura, Guilherme Piai, à Coluna do Estadão.
Em março, a Coluna do Estadão mostrou que a Agrishow, maior feira agropecuária do PAís, foi um palco de disputa política entre os governos Lula e Tarcísio, com uma espécie de “guerra de entregas” para o setor, cada vez mais influente no cenário político nacional.
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