Antes mesmo da operação deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal em endereços ligados ao deputado federal Alexandre Ramagem (PL), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, já avisara à cúpula do MDB que não subirá no palanque do bolsonarista no Rio de Janeiro, onde ele é pré-candidato a prefeito.
Em conversas reservadas, Tebet, que se tornou expoente nacional do MDB, tem deixado claro que não fará campanha para chapas lideradas por bolsonaristas, nem mesmo em colégios eleitorais estratégicos, como a capital fluminense.
O MDB ainda não decidiu se lançará o deputado federal Otoni de Paula (MDB) à prefeitura carioca ou se, de fato, apoiará Alexandre Ramagem em troca da aliança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.
Seja como for, tanto Otoni quanto Ramagem são bolsonaristas convictos e, por isso, não terão a ajuda de Simone Tebet — que obteve 4,41% dos votos válidos no Rio no primeiro turno da disputa pela Presidência da República em 2022.
Ainda assim, é possível que a ministra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça campanha para Ricardo Nunes em São Paulo, que foi um aliado importante durante sua empreitada presidencial. O presidente do MDB, Baleia Rossi, garante que Simone Tebet estará no palanque do prefeito. Mas se Bolsonaro subir ao palco do paulistano, avisam interlocutores da ex-senadora, ela não o fará.
Como mostrou a Coluna do Estadão, Tebet entrou para um seleto grupo de referências do MDB. Uma pesquisa qualitativa encomendada pelo partido identificou os políticos da sigla “que vem à mente” da população. Além de Ulysses Guimarães, a lista teve os seguintes nomes citados nacionalmente: Tancredo Neves, Itamar Franco, José Sarney, Simone Tebet e Michel Temer.