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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Teto do consignado deve acompanhar tendência da Selic com queda lenta, diz Lupi

Em entrevista à Coluna/Broadcast, ministro da Previdência afirmou que decisão será tomada na próxima reunião do Conselho Nacional da Previdência Social, dia 27 de maio; teto atual é de 1,68% ao mês

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Foto do author Giordanna Neves
Atualização:

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, admitiu que a redução da taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, abaixo dos 0,50 pp indicados pelo guidance do Banco Central, pode impactar na definição do teto de juros do crédito consignado para beneficiários do INSS - hoje em 1,68% ao mês. Ele avalia que há uma tendência de queda no patamar do teto, mesmo que em ritmo mais lento. Em entrevista à Coluna do Estadão/Broadcast, Lupi reforçou que, apesar da pressão dos bancos, é “impossível” elevar este valor.

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“A tendência é continuar acompanhando a taxa Selic. Pode até ser uma diminuição menor, mas continuará caindo. A gente vai depender da realidade nacional e internacional. Mas aumentar é impossível. É melhor me derrubar primeiro. Aumento não há hipótese. Até porque onde teve aumento de taxa? Até os Estados Unidos estabilizaram”, disse ministro.

Ele reiterou que a decisão será tomada na próxima reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), prevista para o dia 27 de maio, e que até lá será preciso avaliar o cenário econômico no País.

Como mostrou o Broadcast, os bancos têm dito que os cortes do teto do consignado levaram a uma queda nas concessões do benefício. Apesar da diminuição na taxa Selic, as entidades consideram que os juros futuros, em tendência de piora, são o principal indexador dos custos de captação do consignado. O ministro negou, no entanto, a avaliação feita pelos bancos e disse que, de janeiro a abril deste ano, foram R$ 2 bilhões a mais de empréstimos consignados.

Lupi também apontou que “juros futuros” são os “juros da incógnita”. “Até determinado momento, eles queriam os juros futuros de um ano, depois fizeram o cálculo e eles perdiam, a taxa ficava mais baixa. Aí falaram que tinha que ser de dois anos. O juro futuro é o juro da incógnita”, disse.

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Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT) Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Questionado sobre a existência de uma relação de atrito entre ele e os representantes dos bancos, Lupi minimizou. “É tensa, mas não é atritada não. Porque muitos deles me procuram para outros fatores aqui. É natural que aqueles que são do sistema financeiro queiram defender o maior lucro para eles. E é natural que eu, que tenho uma natureza de quem pega (dinheiro) emprestado, queira uma taxa mais baixa. Essa é a luta. Pensamos diferente”, ponderou.