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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

Toffoli faz alerta a presidente do TSE sobre Pablo Marçal; saiba qual

Ministro comentou o diálogo em conversas num evento social em São Paulo, segundo relataram empresários à Coluna do Estadão; procurados por meio da assessoria, Toffoli e a ministra Cármen Lúcia não comentaram

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O crescimento exponencial do candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, e o fato de ele ter virado a voz dos “órfãos” da ala mais radical do bolsonarismo nas últimas semanas têm dominado as rodas de conversa em agendas sociais do empresariado em São Paulo. Num desses eventos, no final de agosto, no Ibirapuera, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF) e juiz substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi abordado sobre o tema e contou um diálogo que teve com a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, segundo relatos feitos à Coluna do Estadão. Procurados por meio da assessoria, Toffoli e a ministra não se manifestaram.

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De acordo com alguns desses empresários, Toffoli disse ter alertado a ministra sobre o risco de o candidato do PRTB ganhar impulso e até força política para eventual candidatura presidencial em 2026, caso tenha a candidatura cassada neste momento. A observação traça um paralelo à forma como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se cacifou para a eleição em 2018, justamente quando adotou um discurso antissistema e mobilizou as redes sociais. E, agora, Marçal tenta surfar a mesma onda com mais força dos algoritmos.

Diálogos com esse tipo de preocupação avançam nos corredores da Corte Eleitoral. Mas a conclusão permanente, segundo interlocutores, é de que o TSE não se inibirá com pressões políticas. Não se encolheu no caso Bolsonaro, apesar da pressão popular que sofreu, tampouco recuaria em relação a Marçal se alguma denúncia de crime eleitoral for confirmada.

O Ministério Público Eleitoral em São Paulo entrou com ação contra Marçal por suposta prática de abuso de poder econômico pelo ex-coach durante a pré-campanha deste ano. Também pediu quebra de sigilo fiscal e bancário de suas empresas. Em caso de condenação, Marçal pode ficar inelegível por oito anos. A ação movida pelo MP sustenta que uma denúncia apontou para suposto impulsionamento de Marçal nas redes sociais, o que é vedado pela legislação eleitoral.

Outra acusação foi protocolada pela campanha da candidata do PSB e deputada federal Tabata Amaral e resultou na suspensão dos perfis de Pablo Marçal nas redes sociais. A decisão foi motivada por indícios de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na remuneração de usuários para produzir “cortes” e divulgá-los nas redes.

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Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) negou em decisão liminar na manhã desta quarta-feira, 28, o pedido do candidato para que os perfis dele nas redes sociais fossem reativados. O desembargador Claudio Langroiva Pereira afirmou que não há risco de “prejuízos irreversíveis” ao pleito, e nem algum tipo de censura.

Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal  
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