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Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer e Augusto Tenório

União Brasil, com três ministérios, impõe derrota dupla ao governo Lula nas comissões da Câmara

Partido deu duas comissões importantes ao PL e ao PSDB, que fazem oposição a Lula no Congresso

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Foto do author Augusto Tenório

Mesmo com três ministérios (Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional), o União Brasil impôs uma derrota dupla ao governo Lula nas negociações pelas presidências de comissões da Câmara, que foram definidas nessa quarta-feira, 6. Nas negociações, o partido cedeu o comando de dois colegiados importantes para partidos de oposição.

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O União tinha direito a presidir Comissão de Segurança Pública, mas deixou para o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro indicar, e quem assumiu foi o Coronel Alberto Fraga (PL-DF). Ele é o líder da chamada “bancada da bala” por ser o coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública.

Em troca, o União ficaria com a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Porém, mais uma vez, passou a vaga adiante e entregou ao PSDB, que indicou o deputado Lucas Redecker (PSDB-RS).

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva  Foto: WILTON JUNIOR

No troca-troca, o União ficou com a comissão de Defesa do Consumidor, que será comandada pelo deputado Fabio Schiochet (SC).

Como mostrou a Coluna do Estadão, o governo pressionava o Centrão a colocar um aliado do Planalto no cargo na Comissão de Segurança pública, entre outros motivos para blindar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, de constrangimentos. Na gestão anterior, o colegiado foi palco de embates com o então ministro Flávio Dino.

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A Comissão de Relações Exteriores nas mãos da oposição também acende um alerta para o Planalto. As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente comparou a ação de Israel em Gaza ao Holocausto, e sobre as eleições na Venezuela, questionando a postura do oposição, por exemplo, transformam o colegiado num campo minado para o governo.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), tenta minimizar o reveses. “O governo não se envolve em disputas para a composição e eleição das comissões, essa é uma prerrogativa das bancadas e de seus líderes”, escreveu Guimarães no X, antigo Twitter.

Mas fato é que a base lulista sofreu uma sequência de derrotas nas articulações das comissões. Até ensaiou uma revolta por causa das escolhas do PL para as presidências das comissões de Constituição e Justiça (Caroline de Toni) e Educação (Nikolas Ferreira), mas não teve sucesso. Nessa quarta, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), interveio e garantiu a instauração dos colegiados.

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