O União Brasil, partido da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, a Daniela do Waguinho, tenta tomar distância da crise provocada pela relação dela e do marido com milicianos no Rio. Integrantes da cúpula do partido alegam que a escolha de Daniela para o ministério partiu do próprio Lula, que desejava retribuir o apoio que recebeu dela e do marido durante a campanha, e que o seu nome não foi uma escolha da sigla. A bancada do União na Câmara, da qual Daniela faz parte, diz não se sentir representada. Aliados de Lula, por sua vez, querem acreditar que a ministra pode “cair de madura” a depender do avanço das denúncias. Para o PT do Rio, no entanto, Daniela se tornou peça importante para impulsionar o partido em reduto bolsonarista.
PADRINHO. Em nota divulgada nesta quinta (5), em apoio a Daniela, o presidente do União, Luciano Bivar, fala em “escolha acertada do presidente Lula” na nomeação. Membros do partido afirmam que o trecho tenta sublinhar essa distância.
OCO. Deputados do União se dizem incomodados com a articulação política do governo Lula. Dizem que só Davi Alcolumbre (União-AP) foi atendido com representantes nos ministérios. E que, ainda assim, na pasta das Comunicações, o ministro Juscelino Filho (União-MA) não recebeu autorização do PT para nomear o presidente dos Correios.
AZEDO. O mal-estar na sigla é tamanho que parte dos deputados diz negociar com o rival PL, de Jair Bolsonaro, uma eventual aliança para assumir o comando da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara contra o PT.
PRONTO, FALEI! André Ceciliano (PT-RJ), secretário de Ass. Federativos
“Não há nada que macule a indicação (de Daniela). O apoio dela e do Waguinho foi importante na Baixada na eleição, eles caíram dentro para ajudar o Lula”.
CLICK. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República.
Recluso desde a derrota para Lula, Bolsonaro foi filmado andando em um supermercado em Miami, na Flórida (EUA), para onde viajou no fim do ano.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.