Os resultados do primeiro turno das eleições municipais expuseram erros do PT na formação de alianças. Entre as capitais, o caso mais emblemático foi em Belo Horizonte: o partido não quis apoiar a reeleição de Fuad Noman (PSD), como defendia o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e lançou a candidatura de Rogério Correia. Resultado: Noman foi para o segundo turno e Correia amargou o sexto lugar.
Presidente do PSD em Minas, o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) afirma que nunca pediu a Lula o apoio do PT a Fuad, mas vê um endosso da sigla a partir de agora como natural. “Nosso desafio era fazer o prefeito mais conhecido. Fuad, naturalmente, representará o campo democrático contra o extremismo em Belo Horizonte, mas ele tem uma coisa acima disso: é a cara do povo daqui”, declarou o ministro à Coluna do Estadão.
Outro cálculo errôneo do PT foi em Guarulhos. O partido negou candidatura ao quadro histórico Elói Pietá, que precisou migrar para o Solidariedade para disputar as eleições. Pietá passou para o segundo turno, e Alencar Santana (PT) só fez 9,6% dos votos. Em Aracaju, o PT insistiu em candidatura própria em vez de apoiar Luiz Roberto (PDT), e o resultado foi o mesmo.
Uma exceção à calibragem ruim do PT foi em Fortaleza (CE). Evandro Leitão (PT) chegou ao segundo turno e selou, em uma eleição municipal, o rompimento do partido de Lula com o PDT na capital cearense: o prefeito José Sarto (PDT), aliado de Ciro Gomes, amargou o terceiro lugar.
Agora, o PT buscará o apoio do PDT para enfrentar André Fernandes (PL) no segundo turno. “Vamos falar com todos. Os resultados devem ser analisados com humildade”, afirmou o deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara.
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