Num momento em que vários integrantes do Centrão se aproximam do governo Lula, o presidente do PL Valdemar Costa Neto decidiu dar um recado claro no partido que hoje abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro: Quem fizer o L, estará fora da sigla.
Nesta segunda-feira, 17, Valdemar solicitou ao diretório do PL no Ceará a abertura de processo de expulsão do deputado federal Yuri do Paredão. Neste mês ele fez sinal do petista ao lado de ministros do governo. Em maio, o parlamentar já havia foto ao lado do presidente.
O partido não tem a tradição de pedir o mandato de quem deixa a legenda. Mas neste caso ainda há dúvidas de qual encaminhamento Valdemar dará caso haja a expulsão. “É preciso um gesto forte do presidente. Depois se decide o que fazer”, afirma um interlocutor da cúpula do PL.
“O problema não é tirar fotos com ministros do governo, o problema é não estar alinhado com o nosso partido”, disse Valdemar Costa Neto, à Coluna.
Ala do PL defende permanência de Yuri do Paredão, com isolamento
Uma ala do PL, em tempo, defende que o deputado não seja expulso do partido, contrariando o anunciado hoje pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. Correligionários bolsonaristas dizem que a expulsão seria um prêmio ao parlamentar.
Caso seja expulso do PL, Yuri do Paredão tem chance de manter o mandato. Esse, pelo menos, é o temor dos correligionários bolsonaristas. Dessa forma, ele ficaria livre para aderir de vez à base do governo Lula e incentivaria outros a seguirem seu caminho.
Lideranças ouvidas pela Coluna afirmam que a maior punição que o PL poderia dar seria retirá-lo de todas as comissões e outras atividades partidárias, mantendo-o isolado.
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