PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

É impossível evitar inchaço dos aeroportos no carnaval, diz ministro do Turismo

Em entrevista à Coluna do Estadão, Celso Sabino defende estrutura aeroportuária brasileira e pede população mais ‘ufanista’ ao analisar o País em comparação com o exterior

PUBLICIDADE

Foto do author Eduardo Gayer
Foto do author Roseann Kennedy
Atualização:

Enquanto o governo Lula ainda estuda como reduzir o preço das passagens aéreas, a aparente contradição brasileira de ter bilhetes nas alturas e aeroportos lotados será uma tônica do carnaval de 2024. Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, a superlotação é um problema global, e é impossível blindar o País desse inchaço.

“Os aeroportos no mundo todo têm apresentado excesso de passageiros. Se você for pegar um voo em Madri, em Londres, em Dubai, você vai ver, estará lotado de gente”, afirmou o ministro em entrevista à Coluna do Estadão. “Não dá para evitar que o Brasil não esteja suscetível a isso”. Segundo pesquisas feitas pelo Ministério do Turismo, mais de um terço da população brasileira deve viajar no carnaval.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, em sua cerimônia de posse no Palácio do Planalto, em 3 de agosto.  Foto: FOTO WILTON JUNIOR / ESTADÃO

PUBLICIDADE

Alçado ao cargo em julho por indicação do União Brasil, Celso Sabino, porém, defende a estrutura aeroportuária brasileira e diz que é preciso ser “ufanista”. “Nessa fila de imigração [no exterior], duas horas para entrar em Londres, você não vê ninguém reclamando. No Brasil, se você precisa esperar 30 minutos, o brasileiro reclama do seu próprio País”, declarou.

Para Sabino, o Brasil não está aquém de outros países. “Temos uma infraestrutura de grandes aeroportos, e boa parte deles será ampliado pelo PAC. Então, eu vejo que nós não estamos devendo nada para ninguém, não”, concluiu.

Como revelou a Coluna do Estadão, o ministro tem um mantra para tentar blindar o setor da crise de segurança pública: nas viagens internacionais, vai destacar que o Brasil está entre os 15 países mais seguros do mundo para viajar em 2024, de acordo com pesquisa da seguradora americana Berkshire Hathaway Travel Protection, ligada ao megainvestidor Warren Buffett.

Publicidade

A seguir, os principais trechos da entrevista:

O País vive um momento de passagens aéreas nas alturas e aeroportos lotados, principalmente nos feriados. O brasileiro tem a garantia de que não haverá caos aéreo neste carnaval?

O carnaval de 2024 vai ser o melhor da história do Brasil. Pesquisas feitas e divulgadas pelo Ministério mostram que mais de um terço da população brasileira deve viajar no carnaval. Todos os aeroportos do mundo têm apresentado excesso de passageiros. Se você for pegar um voo em Madrid, em Londres; se for embarcar no aeroporto de Dubai, vai estar lotado de gente e você passa por transtornos que não passa no Brasil. Eu aconselho todo mundo a viajar dentro do Brasil. Em Londres, são quase duas horas de fila na imigração. Aqui, a Polícia Federal dá celeridade.

Essa abordagem da imigração é uma outra discussão, afinal o Brasil não tem os mesmos tipos de problemas que outros países. O brasileiro ainda enfrenta muito problemas para viajar.

Nós brasileiros somos muito críticos com o que é nosso. Nessa fila de imigração, duas horas para entrar em Londres, você não vê ninguém reclamando. No Brasil, se você precisa esperar 30 minutos, o brasileiro reclama do seu próprio país. A gente precisa ser um pouco mais ufanista, ter amor pelo nosso País e pelas belezas dele. Temos praias que não existem em nenhum outro lugar do mundo, mais bonitas que as praias de Cancún. Temos a maior cachoeira em volume de água do planeta, que é Foz do Iguaçu.

Ou seja, para o senhor, o inchaço dos aeroportos é um fenômeno global e não é possível fazer diferente no Brasil?

Não dá para evitar que o Brasil não esteja suscetível a isso. E temos uma infraestrutura de grandes aeroportos, e boa parte deles será ampliado pelo PAC. Então, eu vejo que nós não estamos devendo nada para ninguém, não.

O Ministério do Turismo foi um dos principais afetados pelo veto do presidente Lula a emendas do Orçamento da União. O trabalho da pasta foi inviabilizado?

Vamos trabalhar com as ferramentas que tivermos, e buscando a máxima eficiência. Se nós tivermos aqui R$ 1 para investir, vamos trabalhar com esse R$ 1. Se for, R$ 1 bilhão, trabalharemos com R$ 1 bilhão. Vamos jogar conforme a regra do jogo.

Publicidade

Mas o senhor gostaria de ver o veto presidencial derrubado pelo Congresso?

Esse é o processo legislativo: o governo propõe, o Congresso promove alterações, o governo sanciona ou veta, e depois volta para o Congresso derrubar ou manter os vetos. Funciona dessa forma na democracia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.