Com gritos de “mito” e “Supremo é o povo”, manifestantes pró-Bolsonaro deram início às ações previstas para esta quarta-feira, 7, em Brasília. O relógio marcava meia-noite e um minuto, quando fogos de artifício foram disparados ao redor do gramado da torre de TV, na área central de Brasília, que fica em frente à Esplanada dos Ministérios.
Ao som de Legião Urbana, os manifestantes cantaram versos como “nos perderemos entre monstros da nossa própria criação”. Com a mão no peito, acompanharam ainda o Hino Nacional.
Não houve registro de nenhum tipo de ocorrência grave e o clima foi pacífico. Camisetas estampadas com o rosto de Bolsonaro e bandeiras nacionais eram vendidas a R$ 35. Algumas famílias, apesar do horário, trouxeram os filhos pequenos para acompanhar o ato que, em vez de celebrar o Dia da Independência, deve ser transformado pela militância bolsonarista no grande evento de sua campanha antes das eleições, que acontecem em menos de um mês.
O cenário calmo da queima de fogos contrasta com a tensão na Esplanada, onde há o impasse sobre o bloqueio ou não de caminhões, que pretendem acessar a via paralela àquela onde ocorre o tradicional desfile das Forças Armadas. O presidente Jair Bolsonaro mandou o Exército liberar o acesso da via aos caminhões, mas o governo do Distrito Federal declarou que o local seguirá bloqueado.
A Esplanada é o local que dá acesso à Praça dos Três Poderes, onde fica o Supremo Tribunal Federal, um dos principais alvos de ataques nas manifestações.
Policiais monitoram estacionamentos de caminhões e ônibus
A aglomeração de caminhões e ônibus em Brasília tem sido acompanhada de perto por viaturas da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal. O Estadão percorreu os principais pontos de estacionamento utilizados pelos manifestantes, como o Parque da Cidade, na região central, e Recanto das Emas, cidade satélite de Brasília a 25 quilômetros das Esplanada.
Nos dois locais, que tinham muros e vigias nos portões, policiais estavam presentes na madrugada desta quarta-feira, 7. Os agentes informaram que não registraram nenhum tipo de ocorrência. Apesar de toda a mobilização nos últimos dias, os locais não estavam cheios e havia vagas disponíveis.
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