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Comissão de Ética arquiva processo contra Geddel e aplica censura em Weintraub e ex-diretor da PRF

Sessão do último dia 29 de julho aplicou censura ética no ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro e no ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques

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Foto do author Gabriel de Sousa

BRASÍLIA - A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República arquivou, no último dia 29 de julho, um processo ético contra o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima por supostos recebimentos de vantagens indevidas. Na mesma sessão, o CEP aplicou censura ética no ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e no ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.

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Em 2017, Geddel foi preso durante a Operação Lava Jato. Em um apartamento do ministro em Salvador foram encontrados R$ 51 milhões em espécie . A prisão dele se deu na Operação Cui Bono, que apurou um esquema de fraudes na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal (CEF).

O processo ético arquivado também mirou o ex-diretor geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) Elias Fernandes Neto. A íntegra do processo ainda não foi disponibilizada pelo CEP.

Em 2017, Geddel foi condenado a 14 anos e 10 meses de reclusão por organização criminosa e lavagem de dinheiro devido aos R$ 51 milhões em espécie apreendidos em Salvador. A decisão foi da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou que o ex-ministro cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Em 2021, a pena de Geddel foi reduzida para 13 anos e quatro meses de prisão. Desde fevereiro de 2022, ele cumpre liberdade condicional determinada pelo ministro do STF Edson Fachin.

O CEP considerou ainda que o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Fábio Ferreira Cleto adotou condutas antiéticas. Assim como Geddel, ele foi alvo da Operação Cui Bono. O processo contra ele continua em sigilo.

Cleto foi punido com uma censura ética. Na prática, a punição funciona como uma mancha no currículo do ex-ministro da Integração Nacional.

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Abraham Weintraub, que tem cinco sanções vigentes, foi punido novamente

A sessão do comitê de ética determinou que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub cometeu infração ética em manifestações feitas nas redes sociais. O processo corre em sigilo.

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub Foto: Dida Sampaio/Estadão

Atualmente, há cinco sanções éticas vigentes contra Weintraub. Quatro delas giram em torno de manifestações em redes sociais e “manifestações públicas indevidas”.

Uma das punições de Weintraub foi motivado por ofensas ao educador Paulo Freire e ataques às autoridades e às instituições de ensino superior. O ex-ministro já chamou o patrono da Educação brasileira de “feio e fraco” e “energúmeno”.

Ao Estadão, o ex-ministro afirmou que se sente “honrado” em ser punido mais uma vez pelo CEP.

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“A Comisão de Ética da Presidência nunca condenou nenhum suposto caso de corrupção, dos milhões desviados, que eu saiba. Eu não tenho uma única suspeita, zero. Eu me sinto honrado em ser condenado por um comitê desse e ele me considerar uma pessoa que não segue a ética deles”, disse Weintraub.

Silvinei Vasques foi punido por manifestação de apoio a Bolsonaro e por interferência nas eleições de 2022

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques também foi punido pelo CEP. O comitê considerou que ele cometeu infração ética ao manifestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha presidencial de 2022 e ao utilizar os recursos corporação para prejudicar o deslocamento de eleitores no segundo turno das eleições daquele ano.

Às vésperas do segundo turno, Silvinei usou a sua conta no Instagram para pedir o voto no então presidente Jair Bolsonaro. Ele publicou nos stories uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: “Vote 22, Bolsonaro presidente”.

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O ex-diretor da PRF Silvinei Vasques Foto: Divulgação/Agência Brasil

Silvinei foi preso pela Polícia Federal (PF) em agosto do ano passado no bojo da Operação Constituição Cidadã. Desde então, ele está destino na Penitenciária da Papuda, em Brasília.

Em abril do ano passado, um relatório da PRF atestou uma intensa atuação de agentes da corporação no Nordeste, região onde se concentra o maior reduto eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Estadão procurou a defesa do ex-diretor da PRF, mas não obteve retorno.

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