Evento no Planalto reúne Lula, Tarcísio e Nunes; Alckmin lembra que na ditadura não era assim

Tarcísio, aliado de Jair Bolsonaro, se encontrou pela primeira vez com Lula desde o indiciamento do ex-presidente pela PF

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Foto do author Henrique Sampaio
Atualização:

Um evento realizado no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira, 29, reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB). A solenidade, montada para anunciar destinação de recursos para obras de transporte que beneficiarão a capital paulista, foi o primeiro encontro dos políticos de São Paulo que são apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro após o indiciamento da Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado.

Na solenidade, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), enfatizou a importância da democracia durante seu discurso. E lembrou que durante a ditadura políticos da oposição não eram recebidos pelo governo. Diante de todos, Alckmin disse: “Como é bonita a democracia. Passadas as eleições, os entes federados, juntos, trabalhando para alcançar o interesse público e o bem comum”.

Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro (PL), se encontrou pela primeira vez com o presidente Lula (PT) desde o indiciamento do ex-presidente pela PF Foto: Ricardo Stuckert/PR

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Em seguida, resgatou memórias da ditadura militar: “Fui vice-prefeito da minha cidade natal [Pindamonhangaba-SP] no período triste da ditadura no Brasil, onde nós prefeitos éramos separados pelo partido político.” Ele lembrou que, por ser contra os militares, ganhava uma pulseira de cor diferente. “Só tinha reunião com o governo federal quem era do partido do presidente. A democracia é o respeito ao povo”, concluiu.

Os mandatários, de posições ideológicas divergentes, se uniram em um momento de tensões políticas elevadas, na qual Tarcísio defende o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do indiciamento pela PF, que por sua vez, o acusa de liderar um plano para assassinar Lula e Alckmin, além do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

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Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, foi ainda mais direto, afirmando que mesmo após integrantes da oposição terem planejado seu assassinato, Lula colabora com os membros do grupo político. “Não é fácil um presidente e um vice-presidente que foram ameaçados de morte, de um golpe de Estado e de tudo o que nós assistimos recentemente, manter a mesma atitude de compromisso a respeito ao voto popular a quem é eleito”. Lula não discursou.

Já Tarcísio e Nunes optaram por ignorar o assunto. Em sua fala, o governador de São Paulo, que foi ministro no governo Bolsonaro, saudou o presidente Lula, destacou a importância do BNDES e celebrou a parceria do governo federal com o Estado e a cidade de São Paulo.

Nunes chamou Alckmin de “meu querido amigo” e Tarcísio, de “meu irmão”. Na recente disputa pela prefeitura, o bolsonarista foi o principal apoiador de Nunes.

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