Os candidatos ao Palácio do Planalto mais bem colocados nas pesquisas podem se opor do ponto de vista partidário e ideológico, mas têm propostas semelhantes. Há, em geral, entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe d’Avila (Novo) uma preocupação com a retomada mais acelerada da economia, a partir da atração de investimentos externos e alta da oferta de crédito.
Todos também defendem a ampliação de políticas que incentivem o empreendedorismo e a garantia de transferência de renda para a população mais vulnerável, a exemplo do Auxílio Brasil em vigor (veja a lista completa neste especial).
Luiz Inácio Lula da Silva
O ex-presidente promete propor uma nova legislação trabalhista de proteção a todas as formas de ocupação, com especial atenção aos autônomos, trabalhadores domésticos e quem está no teletrabalho ou home office; revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro; retomar investimentos em infraestrutura e em habitação; promover a reindustrialização nacional em novas bases tecnológicas e ambientais; dar fim ao preço de paridade internacional (PPI) na Petrobras.
A chapa petista não apresentou uma versão final de seu plano de governo, mas registrou um documento prévio no Tribunal Superior Eleitoral.
Jair Bolsonaro
Candidato à reeleição, o presidente repete em seu plano de governo os princípios que propaga em discursos, como a defesa da liberdade e da vida. Afirma defender ainda a liberdade econômica, religiosa e de expressão e promete trabalhar para gerar empregos por meio de estímulos ao empreendedorismo, mas mantendo o auxílio aos mais pobres.
Um dos compromissos prioritários do governo reeleito será a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil a partir de janeiro de 2023. Ele também promete ampliar a oferta de saneamento básico para a população, buscando metas ousadas que propiciem maior bem-estar e diminuição do índice de doenças. Bolsonaro também defende fortalecer ações no combate ao crime organizado e outras ameaças à segurança e à defesa nacionais, utilizando amplo espectro de tecnologias disponíveis, como drones, inteligência artificial e perícia.
Simone Tebet
A emedebista se compromete, se eleita, a dar total prioridade ao combate das desigualdades sociais a partir da criação de empregos e de programas sociais de distribuição de renda e incentivo à capacitação profissional.
Ela promete reduzir o desemprego, o subemprego e o desalento, incentivar a geração de emprego e renda, com maior formalização e melhor remuneração para os trabalhadores e preservar o poder de compra do salário mínimo, com reajustes anuais baseados pelo menos na inflação. Na área da educação, tem repetido que vai criar a “Poupança Mais Educação”, para incentivar os jovens de baixa renda a concluir o Ensino Médio.
Ciro Gomes
O candidato do PDT disputa neste ano sua quarta eleição presidencial. Ele se opõem ao retorno do ex-presidente Lula, de quem foi ministro, e à permanência do presidente Jair Bolsonaro, e aposta em seu plano de desenvolvimento para o Brasil.
Nessa área, sugere regulamentar o imposto sobre grandes fortunas. A alíquota seria progressiva, entre 0,5% e 1%, para os patrimônios superiores a R$ 20 milhões. Também promete financiar, a prazos longos e juros baixíssimos, a dívida de todo mundo que está com o nome no SPC e no Serasa. Na área social, tem proposta similar aos colegas. Ele promete criar o Programa de Renda Mínima “Eduardo Suplicy”, que iria garantir R$ 1 mil em média para as famílias mais pobres do Brasil.
Soraya Thronicke
Eleita na onda bolsonarista que marcou a eleição de 2018, a senadora Soraya Thronicke, do União Brasil, substituiu de última hora o presidente do partido, Luciano Bivar, no posto de presidenciável. Em campanha, diz que não se arrepende de ter votado e apoiado Bolsonaro, mas que, se eleita, mudaria muitas das práticas adotadas por ele, a começar pela realização de uma ampla reforma tributária.
Principal proposta apresentada em sua campanha, Soraya defende propor ao Congresso a reforma do sistema tributário federal e implantar o Imposto Único Federal. Para a Segurança Pública, pretende criar duas delegacias estaduais especializadas no combate à corrupção nos Estados, uma na capital e outra na maior cidade do interior, com estrutura suficiente para realizar o trabalho.
Luiz Felipe d’Avila
Sem experiência na vida pública, o cientista político Luiz Felipe D’Avila (Novo) diz que deseja ser presidente para acabar com a polarização política e fazer com que a economia brasileira se adapte à nova era do carbono zero. Em parceria com a iniciativa privada, o candidato também promete reduzir o tamanho do Estado e estabelecer metas para a melhoria dos serviços públicos.
Entre suas propostas, fala em abrir a economia brasileira ao mundo para reduzir o atraso tecnológico da indústria nacional e torná-la mais eficiente e produtiva; promete aprimorar os mecanismos de financiamento da Educação Básica, objetivando o uso eficiente dos recursos públicos disponíveis e propõe promover a articulação das forças.
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