Contra Renan, senadores cogitam apoiar Tasso

Eleitos do PSDB, PDT, PPS, Rede e setores do PSL avaliam dar suporte à candidatura do tucano para presidência da Casa

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Por Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo 

Em uma tentativa de quebrar a hegemonia do MDB no comando do Senado e frear a articulação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para voltar à presidência da Casa, senadores eleitos do PSDB, PDT, PPS, Rede e setores do PSL avaliam apoiar a candidatura de Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Osenador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em seu gabinete no Senado Federal, em Brasília Foto: André Dusek/Estadão

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O nome do tucano conta com a simpatia do senador eleito Cid Gomes (PDT-CE), que foi adversário político de Tasso no Ceará, e também do bloco PPS, PDT e Rede, que soma 14 senadores. 

“Tasso é um nome excelente, tem o perfil. Uma das nossas preocupações é termos alguém respeitável, que possa elevar o nome do Senado, mas não podemos ter um nome só. Nosso objetivo é compor uma maioria e, para isso, é preciso abrir portas”, disse Cid Gomes. 

A bancada do PSDB, que conta com oito senadores (e deve receber mais uma parlamentar, Maisa Gomez, do Acre), apoia o nome de Tasso, o que daria a ele, na largada, 23 votos.

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A movimentação ocorre no momento em que aliados do presidente eleito, Jair Bolsonaro, vislumbram dificuldades no Senado devido à fragmentação partidária registrada na eleição. 

A pedido de Bolsonaro, o PSL não deve disputar a presidência da Casa e o presidente eleito tem dito não pretender atuar na disputa. A sigla, porém, rejeita Renan. Um cenário avaliado pelo PSL é o de apoiar o senador David Alcolumbre (DEM-AP), mas, se ele não se viabilizar, Tasso é visto como uma opção “moderada”. 

O senador tucano se reuniu na semana passada com a depurada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP). Quando questionado sobre sua candidatura, Tasso diz que, se for apoiado por um conjunto de partidos, aceita o “desafio”. 

Oposição. O PT até agora não fez uma discussão formal sobre a posição do partido na escolha do presidente do Senado. Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), líder da legenda na Casa, a sigla defende a manutenção da regra da proporcionalidade – pela qual o MDB, que tem a maior bancada, indica o presidente – como forma de blindar o Senado de um possível avanço do Executivo. 

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“Tem de ser alguém com autonomia e independência. Viemos de dois períodos com o Executivo fraco (Dilma Rousseff e Michel Temer), Legislativo fraco por causa da Lava Jato e Judiciário forte. Agora, precisamos de alguém para enfrentar o Executivo e até o Judiciário”, disse Costa. 

O líder petista não quis falar em nomes, mas outros senadores da sigla, em conversas reservadas, disseram que, caso Renan não se viabilize, o PT pode apoiar um outro nome, como o de Tasso, já que os petistas não ficariam em hipótese alguma ao lado de Simone Tebet (MDB-MS). 

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