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Corregedoria da Câmara de SP avalia pedido de cassação contra vereadora do PSOL

Pedido feito por parlamentares do PL acusa Luana Alves de quebra de decoro parlamentar e calúnia contra Rute Costa; psolista alega apenas ter dito à colega que LGBTfobia é crime

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Foto do author Wesley Bião
Atualização:

A Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo marcou para esta sexta-feira, 27, a análise de um pedido de cassação do mandato da vereadora Luana Alves (PSOL), acusada de quebra de decoro parlamentar e calúnia contra a vereadora Rute Costa (PL).

O pedido foi protocolado em junho por vereadores da legenda de Rute, após a discussão entre as parlamentares sobre a presença de crianças na Parada do Orgulho LGBT+, ocorrida no dia 2 daquele mês.

O plenário da Câmara Municipal de São Paulo Foto: Foto: André Bueno/CMSP

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“O que é orgulho para uns é tristeza para outros. No domingo, houve passeata na Paulista, e eu vi com muita tristeza crianças sendo levadas pela mão, no meio daquele movimento”, disse Rute na tribuna; depois, a vereadora pediu que autoridades públicas e o Conselho Tutelar se posicionassem sobre o tema. “As pessoas são livres para fazer da vida delas o que quiserem, mas utilizar a infância, isso para mim é infame e covarde”, completou.

A vereadora do PSOL, que se declara bissexual e é casada com uma mulher, rebateu as falas da colega, classificando-as como um “absurdo”, “muito grave” e dizendo que contribuíam com a LGBTfobia.

“Se vossa excelência for ao Conselho Tutelar questionar pessoas que levaram seus filhos para a Parada LGBT+, que é direito delas, Vossa Excelência vai responder criminalmente. É isso o que vai acontecer”, declarou Luana.

Na denúncia oferecida, a bancada da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara Municipal diz que a parada é espaço de “grande circulação de bebidas alcoólicas, uso de drogas ilícitas, desnudes, venda de produtos eróticos, sexualização e erotização” e, por esse motivo, não seria local adequado para crianças.

O documento também afirma que as falas de Rute não desrespeitaram ou fizeram “referência às escolhas sexuais ou às identidades de gênero dos adultos presentes no referido movimento”.

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“Diante do exposto, as falas da representada em face da representante vereadora Rute Costa possuem caráter acusatório e calunioso, por imputar inveridicamente que as falas proferidas pela parlamentar eram transfóbicas”, diz o partido.

A Corregedoria é composta por sete vereadores e tem como presidente Rubinho Nunes (União). Caso a denúncia seja aceita, um relator será designado para emitir um parecer recomendando a continuidade ou o arquivamento da representação. Na sequência, Luana apresentará sua defesa para, então, ser marcada uma sessão para votação.

Nas suas redes sociais, a vereadora psolista afirma apenas ter dito “a uma vereadora bolsonarista que LGBTfobia é crime”.

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