BRASÍLIA - Quatro parlamentares de oposição ao governo Lula na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro apresentaram requerimentos para convocar a golpista Ana Priscila de Azevedo para prestar depoimento. Como revelou o Estadão, a extremista quer falar na comissão, mas os governistas escantearam o seu nome na sessão realizada nesta terça-feira, 13, para analisar os primeiros requerimentos.
A defesa de Ana Priscila afirmou ao jornal que ela está disposta a contar a “verdade” caso seja convocada pela CPMI. A golpista está presa há cinco meses Penitenciária Feminina do Distrito Federal, a Colméia, por aparecer em vídeo anunciando antecipadamente que “vamos colapsar o sistema”, “sitiar Brasília” e “tomar o poder de assalto”. Ela convocou mais de 30 mil pessoas num grupo de Telegram para irem a Brasília.
Na lista dos parlamentares que propuseram chamar Ana Priscila para depor estão os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Marcos Do Val (Podemos-ES) e Damares Alves (PL-DF) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Todos pediram a convocação da golpista na condição de testemunha. Há ainda um pedido de Izalci de “transferência do sigilo de dados bancários, telefônicos, telemáticos, fiscais e de operações financeiras atípicas” da extremista.
Apesar do envolvimento da militante bolsonarista nos atentados do dia 8 de janeiro, a CPMI a deixou de fora da primeira leva de convocados por causa de uma manobra do governo para se blindar. Na sessão desta terça-feira, os parlamentares analisaram três blocos de requerimentos compilados pelo senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que escolheu a dedo quais demandas seriam ou não votadas hoje. Ele acabou por escantear Ana Priscila para privilegiar a convocação de homens ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como Anderson Torres, Mauro Cid, Augusto Heleno, Ailton Barros e Walter Braga Netto.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), afirmou ao final da sessão que nada impede as pessoas não convocadas nesta primeira votação de ser chamadas em análises de requerimentos posteriores.
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