PUBLICIDADE

Zanin será o ministro mais jovem do STF e terá salário inicial de R$ 41.650,92

Aos 47 anos, advogado de Lula na Operação Lava Jato é o membro mais novo da composição atual da Corte. Ele poderá ficar na Corte por 27 anos.

PUBLICIDADE

Foto do author Isabella Alonso Panho
Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

O advogado Cristiano Zanin Martins, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aprovado nesta quinta-feira, 21, pelo Senado Federal para o Supremo Tribunal Federal (STF) será o ministro mais jovem da Corte. Hoje, ele tem 47 anos. Se permanecer no tribunal até a idade máxima permitida na Constituição, terá 27 anos de magistratura pela frente.

PUBLICIDADE

O salário inicial de Zanin será de R$ 41.650,92, valor que foi reajustado em abril deste ano e que é superior a 31 salários mínimos. A partir de 1º de fevereiro de 2024, será de R$ 44.008,52, e depois de 1º de fevereiro de 2025, passará a ser de R$ 46.366,19.

Zanin teve no nome aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e no plenário da Casa, onde recebeu 58 votos a favor e 18 contra. A expectativa é que a sua posse no tribunal ocorra até o dia 1º de julho.

Quem pode “demitir” um ministro do Supremo?

O cargo de ministro do Supremo é vitalício. Porém, é possível que o ministro perca o seu cargo através de um processo de impeachment, tal ação, porém, nunca tenha ocorrido na história da Suprema Corte brasileira. A lei nº1079, a mesma que estipula os crimes de responsabilidade que podem tirar o cargo do presidente da República, estipula que o ministro da STF comete tais delitos se:

Alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão do Tribunal;

Proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa

Publicidade

Exercer atividade político-partidária;

Ser patentemente desidioso - isto é, se comportar de forma preguiçosa ou indolente - no cumprimento dos deveres do cargo;

Proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

O processo decorreria da seguinte forma: uma denúncia seria enviada para uma comissão especial no Senado, que decidirá se o processo é válido ou não. Reconhecido, é feito uma investigação do crime de responsabilidade semelhante ao feito no impeachment do chefe do Executivo. Se dois terços da casa aprovar o parecer, o ministro é afastado do cargo. Em até cinco anos, haverá uma outra votação e, caso autorizado novamente pelos senadores, o membro do STF perderá a sua função em definitivo.

Segundo a análise de Roberto Dias, professor de direito constitucional da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal seria “traumático” para a instituição, sendo esse um dos fatores que explicaria o fato de que nunca houve o afastamento de um ministro da Corte. “É um ataque muito forte ao Judiciário e indica, muito provavelmente, uma instabilidade muito grave. Não dá para falar em impeachment em situações sutis, no fundo, isso só iria adiante em situações gravíssimas”, explica.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.