Demitido nesta terça-feira, 30, por não concordar com a politização das Forças Armadas desejada pelo presidente Jair Bolsonaro, o comandante da Aeronáutica, Antônio Carlos Bermudez, publicou uma carta em que pede atenção ao papel institucional da Força Aérea Brasileira (FAB). "Prezados integrantes da Força Aérea, acreditem na relevância da nossa missão que, balizada pelos inarredáveis preceitos constitucionais, coopera para a soberania daquilo que nos cabe: o espaço aéreo."
A fala de Bermudez vai ao encontro da fala de Fernando Azevedo e Silva, demitido na segunda-feira, 29, após recusar alinhamento das Forças Armadas ao governo Bolsonaro. Em sua carta, o ex-ministro da Defesa diz que preservou as Forças Armadas como "instituições de Estado".
A demissão de Bermudez e dos comandantes Edson Leal Pujol (Exército) e Ilques Barbosa Júnior (Marinha) foi revelada mais cedo pelo Estadão. O comunicado, em uma reunião com Walter Braga Netto, pegou os três de supresa. No encontro, o novo ministro da Defesa afirmou que as mudanças eram para o “realinhamento” das Forças Armadas. No entanto, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica já planejavam entregar os cargos em solidariedade à demissão do general Fernando Azevedo e Silva.
Na carta publicada nesta terça, Bermudez disse que recebeu a notícia como "um bom soldado". "Ao deixar o comando da Aeronáutica, meu sentimento é de gratidão aos que labutaram ao meu lado, direta e indiretamente, para que as Força Aérea, uma instituição de Estado, servisse ao povo brasileiro em todos os seus chamados."
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