Defesa diz que Bolsonaro se ‘hospedou’ na Embaixada da Hungria para se atualizar politicamente

Ex-presidente passou dois dias na embaixada da Hungria após Polícia Federal confiscar seu passaporte no âmbito de operação que investiga tentativa de golpe de Estado

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Foto do author Tácio Lorran
Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou a presença do político na Embaixada da Hungria quatro dias após a Polícia Federal deflagrar uma operação que confiscou seu passaporte. Em nota divulgada à imprensa, os advogados do ex-presidente disseram que Bolsonaro ficou hospedado “a convite” e, no período, conversou com autoridades da Hungria “atualizando os cenários político das duas nações”.

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“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, assinalaram os advogados Paulo da Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fábio Wajngarten.

A casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

Distância entre a casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília, e a Embaixada da Hungria Foto: Reprodução/ Google Maps

Conforme revelou o jornal The New York Times, Bolsonaro ficou hospedado na embaixada húngara entre os dias 12 e 14 de fevereiro.

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No dia 8 de fevereiro, Bolsonaro havia sido alvo de mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), que investiga a tentativa de um golpe de Estado orquestrada por integrantes do governo Bolsonaro. A organização criminosa, segundo as investigações, buscava evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o jornal norte-americano, a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungira sugere que o ex-presidente estava tentando “alavancar a sua amizade” com o primeiro-ministro Viktor Orbán, que é um político da extrema-direita do país europeu. A estratégia seria tentar escapar de punições da Justiça brasileira, ainda segundo o NYT. A reportagem, contudo, não chega a detalhar algum plano concreto de fuga de Bolsonaro.

No dia da operação, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, defendeu o aliado publicamente. “Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente”, escreveu no X (antigo Twitter).

O Estadão procurou a Embaixada da Hungria, mas não obteve retorno.

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