Deputada Delegada Adriana Accorsi sofre ameaças de morte em Goiás

Parlamentar do PT e família foram alvo de insultos pelas redes sociais; investigação foi aberta pela Polícia

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Por Théo Mariano
Atualização:

ESPECIAL PARA O ESTADÃO / GOIÂNIA - A deputada estadual Delegada Adriana Accorsi (PT) e sua família têm sido alvos, em Goiás, de ameaças recorrentes, inclusive de morte. O caso mais recente foi registrado nas redes sociais. Em uma publicação feita pela parlamentar no Facebook, no último dia 8, um dos comentários chamou atenção: “Quero saber o dia do seu velório”, escreveu um usuário, que tem no perfil uma foto ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e se diz morador de Senador Canedo, a 28 quilômetros da capital Goiânia.

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Segundo a parlamentar, uma investigação já foi aberta pela Polícia Civil do Estado. “Goiás é um ambiente mais difícil para mulheres participarem da política, o que se reflete na pouca participação feminina nos pleitos. Ainda assim, eu vejo que essa violência é insuflada pelas autoridades nacionais e tem acontecido em todo o País”, disse Accorsi ao Estadão.

Adriana Accorsi, que é candidata à Câmara dos Deputados, também notificou a Ouvidoria da Mulher do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). Essa, contudo, não foi a primeira ameaça sofrida por Adriana Accorsi. No passado, suas filhas foram citadas em comentários ameaçadores nas redes sociais, motivo pelo qual a deputada parou de mostrar sua família na internet. Em 2020, ela registrou boletim de ocorrência após mensagens no Instagram dizendo que “não existe policial esquerdista”, “sua família é fácil de ser encontrada” e, numa outra mensagem, afirmando: “Comunista (sic) já comprou caixão da Verônica e da Helena?”, citando as filhas da delegada.

De acordo com a deputada estadual, este caso de dois anos atrás terá julgamento final no próximo mês. A delegada afirmou ter convivido por algum tempo com ameaças devido ao seu trabalho na segurança pública, mas nunca antes havia tido qualquer ameaça direcionada a familiares.

Violência política

Dados do Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro mostram que, apenas no primeiro semestre de 2022, foram registrados 224 casos de violência contra lideranças políticas. Segundo os pesquisadores, o tipo mais recorrente de violência tem sido a ameaça, que representou 36,6% dos casos relatados entre abril e junho deste ano. Na sequência, aparecem agressões (26,7%).

O levantamento é feito pelo OVPE com base em monitoramento diário da imprensa. Os casos contabilizados são referentes a políticos no exercício do mandato, ex-políticos, candidatos, pré-candidatos, ex-candidatos e assessores e funcionários da administração pública federal, estadual e municipal.

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