Deputado ameaça convocar mulher de Duque na CPI da Petrobrás

Reação de Darcísio Perondi (PMDB-RS) é em resposta à decisão do ex-diretor da estatal de ficar calado diante dos parlamentares

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Foto do author Andreza Matais

Atualizado às 13h12

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BRASÍLIA - O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) afirmou na sessão da CPI da Petrobrás, nesta quinta-feira, 19, que vai pedir a convocação da mulher do ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, preso na Operação Lava Jato, para inquiri-la sobre as denúncias de corrupção envolvendo seu marido. Conforme o deputado, é de "conhecimento público" que Maria Auxiliadora Tiburcio Duque procurou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ameaças quando seu marido foi preso pela primeira vez, no final do ano passado, pela Lava Jato. Momentos depois à fala do parlamentar, Duque, irritado, quebrou o silêncio e negou que sua mulher tenha se encontrato com Lula.

"Após essa conversa [entre Maria Auxiliadora e Lula], o Renato Duque foi solto", afirmou o parlamentar. O ex-diretor, preso na décima fase da Operação Lava jato, na semana passada, chegou a ser preso em novembro de 2014, mas foi solto dias depois por decisão do Supremo Tribunal Federal. Para Perondi, Maria Auxiliadora pode dar à CPI os esclarecimentos que seu marido se recusa a fazer, uma vez que compartilha a vida com ele. Duque foi convocado para depor à CPI, mas se valeu do direito constitucional de ficar em silêncio.

Duque se negou a falar na CPI da Petrobrás Foto: André Dusek/Estadão

Momentos depois da fala do deputado, quando outro parlamentar voltou a se referir a Maria Auxiliadora, Duque se manifestou. "Minha esposa nunca esteve com o presidente Lula nem com o senhor Okamoto. Ela não o conhece nem nunca o conheceu. Estou vendo os senhores falando sem parar que tem que convocar minha esposa. Eu estou entendendo isso como uma ameaça", disse. 

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) reagiu: "CPI não ameaça. Convoca."

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A assessoria do ex-diretor já negou ao Estado a informação de que Maria Auxiliadora procurou o ex-presidente Lula para ameaçar revelar o que sabe caso o marido não fosse solto. O Instituto Lula também já disse que não comentaria sobre o assunto. O presidente do instituto, Paulo Okamoto, afirmou ao Estado que não tem conhecimento de reunião entre o petista e a mulher de Duque.

Maria Auxiliadora teria procurado o ex-presidente para afirmar que, se o marido continuasse preso, ele não faria delação premiada, mas ela, sim, contaria o que sabe. Duque foi indicado para o comando da Petrobrás pelo PT. De acordo com as investigações da Lava Jato, a Diretoria de Serviços repassava um porcentual dos contratos fechados pela estatal para o partido.

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