Petistas acionam STF contra aliados de Bolsonaro que tentaram associar políticos ao Hamas

Gustavo Gayer e Júlia Zanatta, do PL, associaram deputados do PT ao grupo terrorisya Hamas; petistas querem esclarecimentos até esta quinta-feira, 26

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Foto do author Gabriel de Sousa

BRASÍLIA – Cinco deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) apresentaram uma ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra os deputados bolsonaristas Júlia Zanatta (PL-SC) e Gustavo Gayer (PL-GO), que tentaram associar os petistas com o grupo terrorista Hamas em listas com nomes de políticos enviados para a Embaixada dos Estados Unidos.

Ação no STF: deputados querem que bolsonaristas esclareçam tentativas de associação de petistas ao grupo terrorista Hamas Foto: Wilton Junior/Estadão

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O documento foi encaminhado ao STF nesta terça-feira, 24, e é assinado pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT-PR), e pelos deputados Erika Kokay (PT-DF), Helder Salomão (PT-ES), Nilto Tatto (SP), Padre João (PT-MG) e Paulão (PT-AL). Os petistas querem que a Corte cobre, até esta quinta-feira, 26, esclarecimentos dos bolsonaristas por associá-los a “asquerosas práticas criminosas de terrorismo” feitas pelo Hamas.

Na semana passada, Gayer divulgou em suas redes sociais uma lista de deputados da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), intelectuais e entidades de esquerda, que supostamente apoiariam as ações do grupo terrorista, e afirmou que encaminharia os nomes para a Embaixada dos Estados Unidos. Minutos após a publicação, o deputado do PL apagou a postagem.

Já Zanatta, gravou um vídeo no X (antigo Twitter) sugerindo ao consulado americano o cancelamento dos vistos de parlamentares do PT, PSB, PSOL e PCdoB.

Os cinco deputados que entraram com a ação no STF assinaram, em 2021, uma nota em que posicionam contrariamente à classificação do Hamas como “grupo terrorista”. O comunicado foi divulgado após o governo britânico atribuir ao grupo essa designação. Além do Reino Unido, os Estados Unidos e a União Europeia também caracterizam o Hamas como grupo terrorista.

A nota de 2021 voltou à tona após o Hamas atacar civis israelenses no último dia 7 de outubro. De acordo com os petistas, a assinatura da nota ocorreu em um momento em que o mundo vivia uma “fase aguda da pandemia”, e que o aumento das tensões no Oriente Médio deixaria a situação sanitária ainda mais letal para a população palestina.

Deputados dizem que tiveram suas ‘honras e dignidades feridas’

Os deputados do PT dizem terem sido caluniados e terem as suas “honras e dignidades feridas” pelos bolsonaristas, já que repudiaram as ações terroristas feitas pelo Hamas no último dia 7. Segundo os parlamentares, a intenção de Gayer e de Zanatta era a de “criminalizar a política brasileira”.

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“Constata-se, nessa realidade, a existência de uma informação torpe, reprovável, caluniosa, incompatível com a dignidade e estatura de quem ocupa um cargo de deputado/a federal e se volta, por simples desavenças ideológicas, contra colegas parlamentares de maneira vil e mentirosa, na medida em que, entre outras deslealdades, tenta caracterizar os interpelantes como criminosos que devem ser impedidos de ingressar nos EUA e, consequentemente, em qualquer nação democrática, o que os tornaria pessoas que deveriam ser tratadas como inimigas da democracia e dos direitos humanos”, diz a ação encaminhada ao STF.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) acionou o STF por danos morais contra os deputados por também ser citado como um “apoiador do Hamas”. Ele também apresentou uma ação no Comitê de Ética da Câmara dos Deputados contra os bolsonaristas. Ele tomou as medidas no último sábado, 21, após se posicionar sobre o assunto no X (antigo Twitter).

Os deputados Júlia Zanatta e Gustavo Gayer foram procurados pelo Estadão, mas ainda não responderam.

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