Desafio de Covas é criar uma marca

Problemas não faltam: enfrentar a pandemia continua sendo o principal, mas dar dignidade à população de rua com uma política pública de inclusão também é indispensável

PUBLICIDADE

Por Marco Antonio Teixeira

Desde que assumiu o mandato, em abril de 2018, Bruno Covas tinha dois desafios imediatos. O primeiro era não ser visto simplesmente como continuidade do governo João Doria (PSDB), eleito prefeito em 2016 e governador em 2018. Tal preocupação ele já sinalizava quando afirmou à imprensa que seria um prefeito “mais social-democrata” do que Doria, que teria “uma posição mais liberal”. Uma das rupturas com seu antecessor ocorreu quando Covas descontinuou “parcerias” com empresas que por meio de doações criavam a ilusão de suprirem lacunas de políticas públicas que na realidade eram decorrentes de falhas do próprio governo.

Reeleito prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) participa de cerimônica de posse na Câmara Municipal Foto: Alex Silva / Estadão

PUBLICIDADE

Bruno Covas é mais reconhecido por sua postura no enfrentamento à covid-19 do que por qualquer tipo de política pública conduzida por seu governo. Foi com essa imagem de enfrentamento à pandemia, associada a coragem de enfrentar seus problemas de saúde, que foi reeleito e se transformou num dos principais líderes políticos do PSDB, afastando a fantasma de Doria enquanto seu padrinho político.

O segundo desafio: criar uma marca do governo. Problemas não faltam: enfrentar a pandemia continua sendo o principal, mas dar dignidade à população de rua com uma política pública de inclusão também é indispensável, como também é importante preparar a cidade para o período pós-pandemia que vai exigir esforços em todas as áreas de políticas públicas: da saúde à educação, do saneamento ao desenvolvimento econômico, mas sobretudo em capacidade de gestão.

*É PROFESSOR E COORDENADOR DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DA FGV-EAESP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.