Governistas e formadores de opinião engajaram-se nos últimos dias em uma onda de indignação contra a enxurrada de memes que, com o perdão do trocadilho, tachavam de taxador o ministro Fernando Haddad. “Campanha caluniosa”, “tem dinheiro investido nisso”, “ataques mentirosos da rede bolsonarista”, “não existe meme grátis”, “isso é coisa de profissional” e “tudo orquestrado” foram algumas das avaliações taxativas, ops, da inifinidade de peças, em especial na rede X (ex-Twitter), que mesclavam o apelido Taxadd (ou Taxad), atribuído ao chefe da política econômica do governo Lula, com títulos de filmes ou personagens históricos e da cultura pop. “Planeta dos Taxados”, “Leonardo Taxa Vinci”, “Taxa Humana” e assim por diante.
A explosão de memes com variações sobre o tema “Taxadd” foi equiparada à estratégia ardilosa de divulgadores em massa de fake news nas redes sociais, do tipo que ajudou a eleger candidatos tanto de direita quanto de esquerda em eleições recentes. Ou seja, uma divulgação coordenada e muito bem financiada, com o uso de perfis anônimos, robôs e militantes digitais afiados, para difundir mentiras e difamar adversários.
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Há indícios bastante convincentes, apresentados por consultorias especializadas em monitorar o ambiente virtual, de que a corrente de memes sobre o ministro “Taxadd” foi na realidade bastante espontânea e que só bombou, mesmo, depois de Jilmar Tatto, chefe de comunicação do PT, ter dito, em nota publicada na Folha de S.Paulo, que o apelido não ia pegar. “Ora, como não”, pareceu responder nas redes a massa de brasileiros que não perde uma boa piada.