Direito de protestar ou xeque no STF?; veja análise de colunistas do Estadão sobre ato de Bolsonaro

Ex-presidente diz ter convocado manifestação em defesa da democracia; ato ocorre em contraposição às ordens do STF para investigá-lo em operação que apura tentativa de golpe de Estado

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participa neste domingo, 25, de ato que ele mesmo convocou na Avenida Paulista. A manifestação que Bolsonaro diz ser para defender democracia e liberdade servirá para explicitar o cacife político que o político ainda mantém, mesmo sendo alvo de investigações da Polícia Federal que apuram uma tentativa de golpe de Estado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou um ato em sua defesa na Avenida Paulista Foto: REUTERS/Adriano Machado

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O ato ocorre três dias depois de o ex-presidente ter comparecido para depoimento à Polícia Federal. Bolsonaro ficou em silêncio alegando não ter tido acesso a tudo o que a PF reuniu contra ele na investigação que está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O evento tem presença confirmada de governadores, parlamentares aliados de Bolsonaro.

A seguir veja a análise dos colunistas do Estadão:


Sergio Denicoli: Bolsonaro recorre a estratégia redundante e arriscada ao convocar ato na Paulista

Sergio Denicoli considera que independentemente do tamanho do ato na Paulista, o fato de a direita levantar a bandeira da defesa da democracia é louvável. O protesto também pode enterrar de vez a ideia de golpismo

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Silvio Cascione: Protesto na Paulista mostrará força bolsonarista para eleições, mas sem mudar agenda no Congresso

Silvio Cascione analise que o ato convocado para este domingo, 25, servirá para pautar a estratégia eleitoral da oposição. Mas dificilmente mudará agenda legislativa ou travará processo contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.


William Waack: Bolsonaro aposta na impopularidade do STF e conta com corrente no Congresso para peitar a Corte

William Waack mostra que Bolsonaro pode estar à espera do “chamado às ruas” para dar ao Congresso um tipo de “impulso popular” para seguir adiante na tramitação de medidas voltadas para “cercar” a atividade do STF.

J.R. Guzzo: Ato de Bolsonaro na Paulista é legítimo direito de exercer a liberdade e não ameaça à democracia

J.R. Guzzo enfatiza que manifestação é legítima em uma democracia e que, quem não está de acordo com os propósitos do ato, é só organizar uma outra no mesmo lugar, na semana seguinte, em favor de Lula e do STF.

Francisco Leali: Bolsonaro promete ato amordaçado, mas leva para Paulista gente que preferia ver o STF do avesso

O ato de Bolsonaro, segundo Francisco Leali, tem discurso duplo: o ex-presidente diz que manifestação é em defesa para democracia, mas quem vai para rua pode estar com ódio contido e ainda querendo ver o STF pelo avesso.

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Ricardo Corrêa: Bolsonaro sente o cheiro da prisão e faz ato para mostrar força a adversários e testar aliados

Ricardo Corrêa conta que manifestação na Paulista tem dois objetivos: mostrar aos adversários e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem apoio suficiente para tornar sua prisão um fator de desestabilização no País. O outro é testar seus aliados às vésperas do período de definições da disputa eleitoral.

Carlos Pereira: Com ato na Paulista, Bolsonaro tenta lembrar a seus aliados que brasa longe do fogo vira carvão

Para Carlos Pereira, ato é estratégia do ex-presidente de sinalizar para correligionários que talvez ainda não tenha chegado a hora de abandoná-lo. Aliados enfrentam o dilema de deixar Bolsonaro de lado para evitar desgastes com investigação da tentativa de golpe ou manter fidelidade para tentar colher resultados nas urnas.

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