Diretoria da Fiesp dá aval para participação em movimento de defesa da democracia e do TSE

Tema foi levado aos dirigentes da entidade pelo presidente da federação empresarial, Josué Gomes, que foi aplaudido pela iniciativa

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Foto do author Beatriz Bulla
Atualização:

A diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) deu aval para que a entidade participe do movimento em defesa da democracia e da Justiça Eleitoral que está sendo organizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Segundo fontes que acompanham a articulação, o tema foi levado a dirigentes da entidade pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, em reunião na noite de segunda-feira, 25. De acordo com relatos dos participantes, o empresário foi aplaudido pelos presentes ao anunciar que participaria, inclusive, da divulgação do ato que será realizado no dia 11 de agosto, pela defesa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do resultado das eleições deste ano.

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A reunião teve caráter de consulta à diretoria, embora o presidente da federação empresarial não precise de uma aprovação formal para a iniciativa.

O texto que a Fiesp pretende assinar não é a mesma carta aos brasileiros que circula entre juristas e teve adesão de banqueiros e empresários nos últimos dias. Como o Estadão informou no último dia 20, há dois manifestos em preparação. Além da carta já divulgada, elaborada por ex-alunos da USP como o ex-ministro Miguel Reale Júnior, um documento curto, de cerca de cinco parágrafos, será endossado por entidades empresariais e da sociedade civil. É este que contará com apoio da Fiesp, embora haja expectativa de que Josué assine também a carta aos brasileiros, como pessoa física.

Presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva teve aprovação à adesão da entidade em reunião da diretoria Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

O texto será intitulado “em defesa da democracia” e deve ser publicado nos principais jornais do País, com assinatura de entidades da sociedade civil, como a Comissão Arns, e do empresariado, como a Fiesp. Há expectativa de que a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) também assine o texto. O conteúdo é semelhante ao da nova carta aos brasileiros, mas em tom mais contido.

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Ao saber que a USP organizava um evento para defender os tribunais superiores e a Justiça Eleitoral, o presidente da Fiesp entrou em contato com articuladores do movimento. Segundo fontes, ele revelou que já planejava uma ação parecida a ser realizada na própria Fiesp antes dos atos de 7 de Setembro, que estão sendo organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Surgiu, então, a ideia de unir forças em um mesmo movimento, a ser celebrado em 11 de agosto no Largo de São Francisco.

Na segunda-feira, o presidente da Fiesp teve o sinal verde que buscava para ir adiante e participar do ato no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, no dia 11 de agosto, que homenageará ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal. Os presidentes do STF, Luiz Fux, e do TSE, Edson Fachin, foram convidados para o evento.

No ano passado, a Fiesp recuou da ideia de subscrever um manifesto a favor da democracia. Na época, a entidade era presidida por Paulo Skaf. Sob a condução de Skaf, a Fiesp patrocinou uma campanha contra medidas adotadas no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. O “pato da Fiesp”, mascote da ação da entidade, tornou-se um símbolo dos protestos contra a petista, que foram cruciais para o impeachment da petista. A Fiesp foi procurada pela reportagem, mas não comentou.

Adesões

A Faculdade de Direito da USP irá divulgar nesta terça-feira, às 17h, a lista dos signatários à carta aos brasileiros. Entre os nomes que assinaram o texto estão o de Roberto Setubal e Cândido Bracher (Itaú Unibanco), representantes da indústria como Walter Schalka (Suzano) e de empresas de bens de consumo como Pedro Passos e Guilherme Leal (Natura). Assinaram a carta também Eduardo Vassimon (Votorantim), Horácio Lafer Piva (Klabin), Pedro Malan (ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso), o economista José Roberto Mendonça de Barros e o cineasta João Moreira Salles. Dez ex-ministros do STF também assinam o texto.

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