Ao menos dois deputados democratas defenderam neste domingo a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro para o Brasil após a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal por terroristas bolsonaristas em Brasília. Bolsonaro vive na Flórida, para onde foi no fim de dezembro antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, democraticamente eleito em 30 de outubro.
À CNN americana, o deputado democrata Joaquín Castro, que representa o Texas na Câmara dos Representantes, defendeu a extradição e disse que os ataques deste domingo no Brasil se parecem muito com a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, quando partidários de Trump invadiram a sede do Congresso americano para tentar impedir a posse de Joe Biden.
Fora da presidência, Bolsonaro não tem mais prerrogativa de foro e pode ser investigado e julgado pela Justiça comum. A extradição, no entanto, dependeria de um pedido formal da Justiça brasileira e de um tratado de extradição entre os dois países. O tratado está em vigor, mas o pedido dependeria da Justiça brasileira.
“Bolsonaro vive hoje na Flórida e é muito próximo de Trump. Ele deveria ser extraditado para o Brasil, já que é investigado por corrupção no País”, disse Castro ao apresentador Jim Acosta. “Ele é um homem perigoso.”
Bolsonaro e a mulher, Michelle, vivem em Orlando na casa do ex-lutador de MMA José Aldo. A Flórida é um reduto de brasileiros radicados nos EUA e também onde vive o ex-presidente americano Donald Trump, por quem o ex-presidente brasileiro nutre simpatia política.
Outra deputada democrata, Alexandra Ocasio Cortez, de Nova York, representante da ala mais à esquerda do partido, também defendeu a extradição do ex-presidente brasileiro. “Depois de dois anos que o Capitólio foi atacado por fascistas, vemos um movimento fascista tentando fazer o mesmo no Brasil”, disse. “Devemos ser solidários ao presidente Lula e deixar de dar refúgio a Bolsonaro na Flórida.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.