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Dom Phillips e Bruno Pereira: Suspeito de envolvimento no desaparecimento é preso, diz advogado

Amarildo, conhecido como ‘Pelado’, prestou depoimento na noite de ontem e teria ligação com pescadores e caçadores da região do Vale do Javari; polícia civil alega que prisão ocorreu por porte de munição de uso restrito e que ligação com sumiço ainda precisa de confirmação

Foto do author Carolina Ercolin
Foto do author Davi Medeiros
Por Manoela Bonaldo, Carolina Ercolin e Davi Medeiros
Atualização:

Um suspeito de envolvimento no desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira foi preso em flagrante nesta terça-feira, 7, de acordo com o procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliesio Marubo.

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Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira, Marubo afirmou que o suspeito é Amarildo, conhecido como “Pelado”, o mesmo que já havia prestado depoimento à polícia ontem. A Polícia Civil do Amazonas confirma a prisão em flagrante por posse de munição de uso restrito, mas ainda não trata da relação dele com o desaparecimento, informa apenas que a conexão ainda será apurada. Como mostrou o Estadão, Pelado já havia sido interrogado como suspeito no caso.

Segundo Marubo, há “uma vasta quantidade de provas” contra o detido, que teria relação com pescadores e caçadores da região. “Ainda estamos tentando buscar informações para esclarecer de que maneira e que grau de interesse ele possuiria nesse caso”, afirmou.

O Comando Militar da Amazônia divulgou imagens sobre a operação de busca ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista inglê dom Phillips Foto: Divulgação/Comando Militar da Amazônia

O homem vive na comunidade de São Rafael, conhecida pela forte influência de garimpeiros, caçadores, pescadores e traficantes de drogas. A localidade é usada como base para invasões de terras indígenas do Javari.

Quanto ao bilhete contendo ameaças a Bruno Pereira, recebido por Marubo há um mês e meio e revelado ontem pelo Estadão, o advogado afirmou que encaminhou um pedido de abertura de inquérito para o Ministério Público Federal, mas, como não ainda não obteve resposta, continuou as atividades com normalidade.

“Se tiver atuação mais efetiva das forças, sobretudo da parte de inteligência, acho que a gente consegue, sim, avançar com algumas informações, mas estamos falando de uma área de fronteira, onde os recursos são escassos e cada vez mais o Estado é menos presente”, disse.

As buscas pelos desaparecidos seguem nesta quarta-feira, três dias após a dupla ter sido vista deixando a comunidade São Gabriel em direção a Atalaia do Norte, no Amazonas.

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Marubo avalia como ‘paliativas’ e ‘desordenadas’ as ações das autoridades na varredura da região do Vale do Javari. Segundo ele, são cerca de 35 homens do Exército, Marinha e PMs contra um grupo de 50 indigenistas atuando nas buscas.

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