Depois de ter sido eleito prefeito de São Paulo, em 2016, e governador, em 2018, com antipetismo como bandeira, o empresário João Doria, de 65 anos, deixou a política e agora faz gestos de aproximação com o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta segunda-feira, 27, o ex-governador disse que não guarda mágoas de Lula, de quem foi um duro crítico, durante o lançamento da biografia João Doria: o poder da transformação (editora Matrix), em uma livraria na capital. O livro é assinado pelo jornalista Thales Guaracy.
“Tudo que eu puder fazer para ajudar o presidente Lula eu farei. Não há nenhum ressentimento, nenhuma mágoa e nada que me impeça de ajudar, seja individualmente, coletivamente, através do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) ou das relações que cultivei na atividade empresarial no Brasil e fora”, disse.
O ex-governador, que voltou a atuar no Lide, foi além e disse que o governo Lula teve também “um bom início”, mas com “alguns percalços e algumas colocações beligerantes que talvez pudessem ser evitadas”.
Apesar da crítica pontual, bem mais moderada das que fazia quando estava em campanha, João Doria exaltou as “boas conquistas” do Brasil na área ambiental. “Muitos equívocos foram cometidos no governo anterior na área ambiental e nas relações internacionais, que agora teve boas conquistas. O Brasil estava muito isolado nas relações diplomáticas. Com a ministra Marina Silva há um reposicionamento na questão ambiental”, afirmou.
Doria, que deixou o PSDB após a mal-sucedida pré-candidatura à Presidência, também fez elogios ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi eleito no ano passado graças ao apoio do então presidente Jair Bolsonaro.
“Em São Paulo a proposta liberal do governador Tarcísio deu continuidade aos programas que eu realizei e estão indo em uma boa linha, e com uma equipe. Os primeiros passos estão bem dados. O governador Tarcísio está indo numa boa direção em todas as áreas”.
Antes de iniciar a sessão de autógrafos, Doria foi questionado se pretende voltar à política, mas descartou a possibilidade. “Virou a chave”, afirmou.
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