O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 23, que é importante analisar "o que é verdade e o que não é" sobre o arquivo da Guerrilha do Araguaia (1972-1975) que Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, revelou ao Estado na edição do último domingo. "Jobim (o ministro da Defesa) esteve comigo há 15 dias e pedi a ele que conversasse com o Curió: 'O Curió é um homem que deve saber de muita coisa'. Nem sei se o Jobim conversou com ele. Se ele começou a falar é importante levar a sério o que ele está falando, que a gente analise o que é verdade e o que não é porque a gente não pode ficar atrás do chutômetro", afirmou em entrevista à Rádio Capital, emissora AM de São Paulo.
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Lula informou ainda que o governo deve veicular em agosto uma campanha para convocar as pessoas que tenham dados sobre o Araguaia ajudem com informações. "Para também sossegar as famílias. Uma mãe que tem o filho desaparecido e não sabe o paradeiro dele, essa mãe só vai se conformar o dia em que ela puder saber que o seu filho morreu, onde morreu e como morreu. Acho que precisamos fazer isso de forma muito madura, muito consciente, sem nenhum revanchismo, apenas fazendo as coisas corretas para que o Brasil tenha a sua história verdadeiramente contada", afirmou à rádio.
O presidente afirmou que Jobim está montando uma comissão para investigar a região do Araguaia onde se pressupõe que tem corpos enterrados. "Jobim e Vanucchi (Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos) tem divergência sobre a participação dos familiares. Eu vou sentar com eles para resolver a questão", disse.
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