O economista Paulo Guedes confirmou ao Estado a informação dada pelo deputado Jair Bolsonaro de que ele poderá ser seu ministro da Fazenda caso vença as eleições presidenciais de 2018. “O que o Bolsonaro informou é verdade. Conversamos duas vezes”, disse Guedes.“A ordem se encontrou com o progresso”, acrescentou, com bom humor, em referência à preocupação de Bolsonaro com a segurança pública e à sua própria filosofia pró-mercado para a economia.
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Com a aproximação de Paulo Guedes, a guinada liberal ensaiada por Bolsonaro, cuja trajetória política até agora foi marcada pelo nacional-desenvolvimentismo e a defesa de uma forte presença do Estado na economia, deixa de ser apenas um discurso e ganha mais consistência.
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Conhecido por ser um defensor aguerrido do livre mercado, Guedes obteve o doutorado em economia na Universidade de Chicago, templo do pensamento liberal nos Estados Unidos, e foi o responsável pela elaboração do programa de governo do empresário Guilherme Afif Domingos, candidato à presidência pelo Partido Liberal (PL), nas eleições de 1989. “O Brasil é o paraíso dos rentistas e dos empresários escolhidos e o inferno dos trabalhadores, dos empreendedores e dos empresários que acreditam numa economia de mercado”, afirmou, em entrevista exclusiva ao Estado, no ano passado. “É uma associação entre criaturas do pântano político e de piratas privados.”
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Presidente do conselho de administração da Bozano Investimentos, ligada ao empresário Júlio Bozano, ele foi um dos fundadores do Banco Pactual (hoje BTG Pactual) no início dos anos 1980. Foi também o controlador do Ibmec, pioneiro na oferta de cursos de MBA em finanças no Brasil, com atuação no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. No início dos anos 2000, o financista Cláudio Haddad, ex-diretor executivo do Banco Garantia, fundado pelo empresário Jorge Paulo Lemann e comprado pelo Credit Suisse em 1998, tornou-se o controlador do Ibmec de São Paulo, posteriormente rebatizado de Insper.
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