Eduardo Bolsonaro critica Moraes e diz que País não é mais uma democracia a jornalista americano

Em entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, deputado federal nega que o Brasil tenha sofrido uma tentativa de golpe de Estado no 8 de Janeiro

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Foto do author Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – Com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou em entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, ex-apresentador da Fox News, que o Brasil não é uma democracia e um País livre após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Conhecido por ser um apoiador do ex-presidente Donald Trump e por posicionamentos de extrema direita, Carlson diz, na conversa de pouco mais de 20 minutos, que as eleições presidenciais brasileiras de 2022 foram “roubadas”.

Questionado por Carlson se considera o Brasil um País livre, Eduardo diz que “pessoas e jornalistas” estão sendo censurados e que há uma perseguição contra apoiadores de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Não mais. Temos, de fato, pessoas sendo censuradas, não apenas nas redes sociais. Tem pessoas exiladas vivendo aqui nos Estados Unidos”, disse o parlamentar.

Deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson Foto: @TuckerCarlson via YouTube

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Na entrevista, Eduardo acusa o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de perseguir aliados de Bolsonaro.

“Você sempre corre o risco de ser preso pelo Supremo Tribunal. Para ser honesto, não todo o Supremo Tribunal, mas um juiz chamado Alexandre de Moraes. Ele abriu uma investigação, que dura mais de cinco anos, perseguindo, geralmente, conservadores. No Brasil, não vale mais a pena você apelar. Não tem a quem recorrer. É o Supremo Tribunal processando pessoas. São as vítimas, os acusadores e os juízes de todos, sem distinção. Isso não é mais uma democracia. Infelizmente, não posso mais realmente dizer isso e você não tem onde recorrer ou a quem pedir ajuda”, afirmou.

Procurados pelo Estadão, o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal ainda não se manifestaram.

Em um trecho da conversa, o jornalista americano diz que as eleições presidenciais de 2022 foram “manipuladas” e “roubadas” para eleger Lula, sem apresentar comprovações sobre sua declaração.

Bolsonaro e Alexandre de Moraes trocaram aperto de mão em posse de ministros do TST Foto: Wilton Junior/Estadão

“O que aconteceu no Brasil, Lula venceu em uma eleição que foi, obviamente, manipulada. Está claro que a eleição foi roubada pelo governo Lula. É justo afirmar que, de fora, pareceu roubada”, disse o americano.

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Repetindo um argumento utilizado por Bolsonaro, Eduardo afirma que não pode dizer que as eleições foram fraudadas, mas também não pode provar que não foram.

“Não posso acusar que as eleições foram fraudadas, mas eles também não podem provar que não foram”, disse o parlamentar.

Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) completou a quarta e a quinta etapas da auditoria que conduziu sobre as eleições de 2022 e confirmou a segurança do sistema eleitoral mais uma vez, concluindo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (TSE) está de acordo com “as melhores práticas internacionais” e que a probabilidade de fraude é próxima de 0%.

Filho de Bolsonaro critica punições do STF sobre 8 de Janeiro

No fim da entrevista, o parlamentar brasileiro critica as punições do STF contra os golpistas do 8 de Janeiro e diz que não houve uma tentativa de golpe de Estado na invasão aos prédios dos Três Poderes em Brasília no início do ano passado.

“Eles dizem que foi uma tentativa de golpe. Mas em janeiro, num domingo, nenhuma arma foi apreendida, não houve apoio da polícia ou das Forças Armadas. Então, na verdade, foi um protesto que foi longe demais. Não concordo com pessoas quebrando portas do Congresso ou do Supremo Tribunal. Mas essas pessoas estão recebendo punições de 17 anos de prisão”, afirmou.