Eduardo Bolsonaro chama acusado de omissão por bomba no Riocentro de 'herói'

Falecido aos 97 anos de idade, o general Newton Cruz foi um dos acusados pelo atentado a bombas no Riocentro, em 1981; para Eduardo Bolsonaro, Cruz foi um 'grande herói da resistência brasileira'

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Foto do author Davi Medeiros
Por Davi Medeiros e Ryanderson Guerra

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma publicação elogiosa sobre o general Newton Cruz, que morreu na última sexta-feira, 15, e o chamou de “herói nacional”. O parlamentar prestou homenagem ao militar e afirmou que ele foi responsável por permitir que o Brasil continuasse “livre” a partir de 1964, em uma exaltação à ditadura. 

“Morreu o General Newton Cruz, um grande herói da resistência brasileira contra o comunismo em favor da liberdade. Graças à ação dele e de inúmeros outros corajosos militares, nosso país seguiu livre em 1964. Obrigado pelos seus serviços, meus sentimentos à família. Brasil!”, escreveu o deputado.

Eduardo Bolsonaro exalta a ditadura militar em suas redes sociais. Foto: GABRIELA BILO / ESTADÃO

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Newton Cruz foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) durante o regime militar, entre 1977 e 1983, e do Comando Militar do Planalto. Ele ficou conhecido, entre outras coisas, por não ter impedido o atentado no Riocentro, o mais emblemático de uma série de explosões provocadas por agentes da repressão, insatisfeitos com o processo de abertura política.

Na noite de 30 de abril de 1981, uma bomba explodiu em um carro Puma no estacionamento do centro de convenções, em Jacarepaguá, no Rio. À época, o inquérito policial militar instaurado pelo Exército atribuiu os fatos a terroristas de esquerda. Décadas depois, em 2012, uma investigação mais ampla foi feita pelo Ministério Público Federal do Rio e concluiu que Cruz, que já era general e chefiava a Agência Central do SNI, soube do atentado de antemão (ao menos uma hora antes) e autorizou que fosse adiante. 

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Cruz foi acusado pelos crimes de homicídio tentado, formação de quadrilha ou bando, transporte de explosivos, fraude processual e favorecimento pessoal.

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