Eduardo Leite vive dilema em 2º turno contra Onyx e resiste a acordo com o PT

Tucano faz maratona de reuniões com deputados e prefeitos e pode declarar-se neutro na disputa presidencial

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Foto do author Lauriberto Pompeu
Atualização:

BRASÍLIA - O candidato do PSDB ao governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vive um dilema neste segundo turno da disputa: ele tem pesado prós e contras de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou adotar a neutralidade. Leite precisa dos votos da esquerda para vencer o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL), mesmo porque o candidato Edegar Pretto, do PT, teve votação similar à do tucano no primeiro turno. A alternativa do ex-governador gaúcho pode ser declarar-se neutro na disputa presidencial.

Para um acordo, o PT cobrou que Leite declare voto em Lula, algo que ele resiste a fazer. O candidato do PSDB tem se aconselhado com deputados e prefeitos aliados, mas prometeu anunciar a decisão até o fim desta semana. Nesta quinta-feira, 6, o tucano sinalizou em entrevista à Rádio Gaúcha que tende a adotar a neutralidade na eleição presidencial. “Não preciso ser medido nesta eleição pela régua estreita da polarização nacional. Tenho serviços prestados, sabem como ajo e como faço política. Meu adversário é uma dúvida, porque, onde atuou, não atuou bem”, declarou. Procurado pelo Estadão, Leite se limitou a repetir que tomará a decisão no fim dessa semana. “Anunciarei amanhã pela manhã o posicionamento”, declarou.

Onyx é o candidato de Bolsonaro ao governo do Rio Grande do Sul. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

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O PSB de Geraldo Alckmin, ex-tucano e candidato a vice de Lula, resolveu apoiar Leite, que também procurou o PDT. Uma parte dos pedetistas, porém, resiste a fazer campanha para ele. “A melhor opção poderá ser a neutralidade. Não vejo como apoiar o tucano que fez as privatizações, vejo dificuldades nisso”, disse o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS). Ele, no entanto, admite que o tucano tem a preferência de uma parcela da legenda.

Mesmo com um acordo formal com PDT e PT, Mattos avalia que o tucano pode ter a perder. “Ele está em uma sinuca de bico. Se a esquerda apoiar ele, o que tinha de direita sai. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Assim como o pedetista, o PT tem cobrado que Leite se comprometa a não realizar privatizações. No evento que selou o apoio do PSB, o tucano disse que não se deve “exigir que mude programaticamente a agenda de uma candidatura”.

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O ex-governador do Rio Grande Sul Tarso Genro (PT), que hoje está afastado da cúpula petista, prega um apoio incondicional a Leite contra Onyx. “Defendo que o PT não fique “neutro” e apoie o candidato que se oponha à extrema direita e deixe isso claro na sua fala pública”, disse ao Estadão. Já o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o ex-governador precisa declarar voto em Lula para ter o apoio formal do partido. De acordo com ele, o PT recomendar o voto em Leite “depende das articulações”.

Eduardo Leite foi eleito governador do Rio Grande em Sul em 2018, mas decidiu renunciar ao cargo no final de março para tentar ser candidato a presidente. Após não conseguir disputar o Palácio do Planalto, decidiu tentar voltar ao comando do governo gaúcho.