Eduardo Bolsonaro diz que acusação de Mauro Cid sobre ele e Michelle é ‘cortina de fumaça’

Declaração rebate nova revelação da delação premiada de Mauro Cid, que teria dito à PF que os dois agiram para instigar Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado

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Foto do author Isabella Alonso Panho

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou de “cortina de fumaça” a acusação, feita por Mauro Cesar Barbosa Cid no acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal (PF), de que ele e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teriam instigado o ex-presidente a dar um golpe de Estado.

“Mais uma cortina de fumaça para encobrir recorde de queimadas na Amazônia, fechamento de mais de 400 mil empresas no 1º semestre e aumento de imposto para tudo que é lado”, escreveu o parlamentar no X (antigo Twitter) nesta sexta-feira, 10, alfinetando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Eduardo Bolsonaro rebateu a declaração de Mauro Cid à PF, de que ele e Michelle instigaram o ex-presidente a dar um golpe de Estado Foto: Pedro França

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O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) foi preso em maio durante uma operação da PF que investigou fraude nos cartões de vacinação do ex-presidente e da sua filha Laura. Em setembro, ele foi colocado em liberdade após o acordo de colaboração premiada.

O acordo está em segredo de Justiça, mas alguns pontos já vieram a público. De acordo com o que revelou o Uol nesta sexta, Eduardo e Michelle Bolsonaro fariam parte de um grupo de conselheiros radicais do ex-presidente, que teriam insistido para que ele desse um golpe de Estado depois de perder as últimas eleições para Lula.

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Segundo a delação de Cid, um dos argumentos usados pela ex-primeira-dama e pelo deputado para tentar convencer Jair Bolsonaro é de que ele teria amplo apoio da população e dos Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores, os CACs, que tiveram o acesso a armamentos e munições facilitado na gestão passada.

Michelle Bolsonaro também teria endossado o conselho para que Bolsonaro desse um golpe de Estado, segundo Mauro Cid Foto: Marcos Correa/PR

Na delação, Cid também disse que o ex-presidente chegou a se reunir com comandantes das Forças Armadas para avaliar a possibilidade apoio a um golpe. Na ocasião, Bolsonaro teria apresentado uma minuta – que, segundo o ex-ajudante de ordens, foi escrita por Filipe Martins, um ex-assessor da Presidência investigado por fazer um gesto supremacista dentro do Senado.

Ele fez parte também do “gabinete do ódio”, uma rede de ataques virtuais e disseminação de notícias falsas contra adversários políticos do ex-presidente. O grupo era coordenado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), segundo filho de Jair Bolsonaro.

O ex-ajudante de ordens Mauro Cesar Barbosa Cid foi colocado em liberdade depois de fechar um acordo de colaboração premiada com PF, em setembro deste ano Foto: Wilton Junior/Estadão

Além do que Eduardo Bolsonaro disse nas redes sociais a respeito da acusação de Mauro Cid, os advogados que representam ele e Michelle divulgaram uma nota, afirmando que as declarações “são absurdas e sem qualquer amparo na verdade” e que não têm prova. Eles tentam acessar o conteúdo da delação, mas tiveram o pedido negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Leia a íntegra da nota no final deste texto.

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O acordo de colaboração premiada é um meio de obtenção de prova. Por isso, para ser considerada eficaz e Mauro Cid não correr o risco de ter sua liberdade revogada, ele terá que indicar caminhos que levem as autoridades a comprovar as acusações feitas.

Leia a íntegra da nota da defesa de Eduardo e Michelle Bolsonaro

As afirmações feitas por supostas fontes são absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova. Causa, a um só tempo, espécie e preocupação à defesa do ex-presidente Bolsonaro que tais falas surjam nestes termos e contrariem frontalmente as recentíssimas – ditas e reditas –, declarações do subprocurador da República, dr. Carlos Frederico, indicando que as declarações prestadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, a título de colaboração premiada, não apontavam qualquer elemento que pudesse implicar o ex-presidente nos fatos em apuração.

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