Eleição no DF tem guerra interna na família Bolsonaro; governador pode se reeleger

Michelle apoia parente e Damares enquanto ex-mulher do presidente disputa vaga na Assembleia e apoia Flávia Arruda para o Senado; governador Ibaneis Rocha lidera as pesquisas

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Foto do author Lauriberto Pompeu
Atualização:

BRASÍLIA - A eleição no Distrito Federal para o Legislativo reúne candidatos ligados à família de Jair Bolsonaro (PL), como o irmão da primeira-dama Michelle Bolsonaro, Eduardo Torres (PL); Ana Cristina Vale (PP), ex-mulher do presidente; e Leo Índio (PL), primo dos filhos do mandatário, que concorrem ao cargo de deputado distrital. No Executivo, o governador Ibaneis Rocha (MDB) está à frente nas pesquisas na busca da reeleição.

Apoiado pelo presidente Bolsonaro, mas distante dos conflitos familiares do clã, o emedebista pode enfrentar Leandro Grass (PV), apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um eventual segundo turno. Pesquisa Ipec divulgada neste sábado, 1º, mostra o governador com 46% dos votos válidos.

Michelle e Jair Renan trocam farpas por apoio do clã Bolsonaro em Brasília Foto: Reprodução/Instagram

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No dia 22 de setembro, o que era um conflito de bastidores foi tornado público. Michelle publicou uma mensagem no Instagram em que acusou Leo Índio e Ana Cristina Vale de serem “alpinistas” por usarem o sobrenome de seu marido na eleição. Na urna, os dois pediram para serem identificados como “Leo Bolsonaro” e “Cristina Bolsonaro”.

A primeira-dama não escondeu sua insatisfação e disse que apenas seu irmão pode se associar ao presidente. “Em Brasília, o meu irmão Eduardo Torres é o nosso ÚNICO candidato ao cargo de deputado distrital. Não existe apoio a nenhum outro candidato. Fica o alerta para os ‘alpinistas’ que estão tentando subir na vida, usando o nosso sobrenome.”

O quarto filho do presidente, Jair Renan, logo saiu em defesa de Ana Cristina, que é sua mãe. “Não podemos negar o fato de que minha mãe teve sua contribuição com a chegada do meu pai à Presidência da República. Por esse motivo, minha mãe, Cristina Bolsonaro, tem direito de usar o sobrenome de meu pai. Não por vaidade, mas por fato e direto”, respondeu nas redes sociais.

José Roberto Arruda (dir.) discursa em convenção em que tentou se lançar como candidato a deputado federal. O TSE cassou seu registro. Foto: Wilton Junior / Estadão

Há também briga dentro da base bolsonarista. As duas candidatas favoritas ao Senado são ex-ministras de Bolsonaro – Flávia Arruda (PL) e Damares Alves (Republicanos). Michelle apoia Damares, enquanto Ana Cristina anunciou apoio a Flávia. O presidente tem mantido distância regulamentar na disputa.