Levantamento do Quaest divulgado nesta terça-feira, 11, aponta que, a menos de quatro meses da eleição municipal em Belo Horizonte (MG), o deputado estadual e apresentador de TV Mauro Tramonte, do Republicanos, lidera todos os cenários de pesquisa estimulada para a prefeitura da capital mineira.
O instituto realizou 12 simulações para a corrida eleitoral. Em todas as amostras, Tramonte lidera as menções, inclusive no cenário mais amplo, com a participação de todos os pré-candidatos. Neste caso, Tramonte figura com 25% de intenções de voto, liderando com ampla margem ante os segundos colocados, os deputados estaduais Bruno Engler (PL) e João Leite (PSDB), que detém 11% cada.
Engler e Leite são seguidos pela deputada federal Duda Salabert (PDT), pelo senador Carlos Viana (Podemos) e pelo prefeito da capital Fuad Noman (PSD), que figuram com 9% de intenção de votos cada. Os cinco pré-candidatos estão empatados dentro da margem de erro do levantamento, de três pontos porcentuais.
O Quaest ouviu 1.200 eleitores de Belo Horizonte entre os dias 5 e 8 de junho. O índice de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o código MG-00125/2024.
Tramonte também lidera todas as simulações de segundo turno realizadas pelo levantamento. A margem menos ampla, segundo o Quaest, seria contra Carlos Viana: Tramonte teria 49% de intenções de voto e Viana, 24%. Neste cenário, 8% estão indecisos e 19% votariam em branco, nulo ou não votariam.
Rejeição e potencial de votos
A pesquisa também auferiu os índices de conhecimento sobre os pré-candidatos. O mais conhecido é o deputado estadual João Leite, ex-jogador de futebol. Entretanto, Leite também é a opção mais rejeitada pelo eleitor de Belo Horizonte: segundo o Quaest, 47% dos entrevistados diz que conhece e que “não votaria” no ex-goleiro.
Quanto aos índices de rejeição, João Leite é seguido por Carlos Viana, com 34% de menções negativas, e Rogério Correia, do PT, com 29%. Quanto ao potencial de votos, o melhor elencado é Mauro Tramonte, com 53% de entrevistados que “votaria” no pré-candidato.
Entre os entrevistados pelo Quaest, 48% dizem “não conhecer” Fuad Noman, o atual prefeito da capital mineira. A pré-candidatura do chefe do Executivo municipal enfrenta uma série de impasses: o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD-MG), seu ex-companheiro de gestão, se distanciou de Noman e do presidente Luiz Inácio Lula da SilvA (PT)
Em 2022, Noman apoiou o nome do petista à Presidência, mas a contrapartida ainda não é certa, pois a pré-candidatura de Rogério Correia, do PT, também está no páreo. No momento, o prefeito busca convencer Lula a retribuir o gesto de apoio e desestimular a pré-candidatura de Correia. Quem também está realizando tratativas neste sentido é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que é do mesmo partido de Noman. Um aliado na prefeitura da capital mineira é considerado fundamental para a pretensão de Pacheco de se candidatar ao governo de Minas Gerais em 2026.
À incerteza quanto ao nome que receberá o apadrinhamento de Lula, soma-se uma fragmentação das pré-candidaturas à esquerda. Além do PT, PDT e PSB, por ora, contam com representantes na corrida eleitoral.
Quanto aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o cenário também está embaralhado: Carlos Viana já foi vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, mas rompeu com o então presidente em 2022, alegando que se sentia traído pelo mandatário. O pré-candidato avalizado pelo ex-presidente na disputa por Belo Horizonte é Bruno Engler (PL).
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