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Eleições 2024: veja as propostas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo

Planos de governo foram apresentados à Justiça Eleitoral no registro das candidaturas; candidatos a prefeito priorizaram áreas de segurança pública, saúde e educação

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Os dez candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições 2024 já apresentaram as propostas que, caso eleitos, pretendem implementar na capital paulista. Os projetos constam nos planos de governo – documentos entregues por cada campanha ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o registro das candidaturas.

Nos documentos, separados por eixos temáticos, os candidatos indicam quais serão as áreas prioritárias em uma eventual gestão e também sinalizam os temas que estarão mais presentes na campanha eleitoral. Nestas eleições, por exemplo, os candidatos priorizaram as áreas de segurança pública, saúde e educação.

O plano de governo não precisa ser cumprido obrigatoriamente pelo eleito. Mas, além de esclarecer ao eleitor o perfil da candidatura, funciona como um compromisso público do candidato com aquele conjunto de medidas.

Confira os planos de governo dos candidatos à Prefeitura de São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão - Felipe Rau/Estadão

Guilherme Boulos (PSOL)

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) elencou 119 propostas para São Paulo em seu plano de governo. As medidas estão distribuídas em 27 eixos, como saúde, educação, segurança e juventude.

Guilherme Boulos (PSOL) anunciou seu plano de governo durante evento que ocorreu na Barra Funda, zona oeste da capital, em 1º de agosto Foto: Felipe Rau/Estadão

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Nas propostas para a segurança urbana, consta um reforço da ronda escolar, com a presença de viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) na porta de cada escola municipal durante a entrada e a saída dos alunos.

Além disso, Boulos prometeu dobrar o efetivo da guarda do município, que, hoje, conta com 7 mil agentes. O candidato do PSOL também pretende implementar câmeras corporais na guarda e identificar as rondas em bairros e escolas.

Na área de transportes, Boulos promete que, se eleito, expandirá a tarifa zero nos ônibus. Como mostrou o Estadão, outra proposta do psolista é um programa de subsídio de aluguel. Com o título de “Primeiro Escritório”, o programa faz parte de um conjunto de propostas para adensar o centro da cidade.

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Para a educação, a candidatura do PSOL quer ampliar a rede em tempo integral e garantir formação continuada aos educadores, além de investir em novas condições de trabalho e segurança aos professores.

Na saúde, Boulos quer priorizar o atendimento a questões de saúde mental, além de garantir o abastecimento da rede municipal com medicamentos e criar, nas periferias, 16 equipamentos intitulados de “Poupatempo da Saúde”, para atendimento policlínico.

Ricardo Nunes (MDB)

Candidato à reeleição, o plano de governo do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) foca na continuidade e na ampliação de políticas públicas já adotadas em sua gestão. O tom adotado é generalista e pouco específico. O programa foi coordenado por Rodrigo Garcia (sem partido), ex-governador do Estado.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, candidato à reeleição pelo MDB, durante entrevista na sede do 'Estadão' Foto: Felipe Rau/Estadão

Na área de saúde, Nunes propõe dar seguimento à expansão da rede de Unidades Básicas de Saúde (UBS), além de investir na modernização e ampliação dos hospitais municipais e aumentar a disponibilidade de especialidades médicas nas UBSs.

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Para a segurança, Nunes apresenta propostas pouco detalhadas. Há a menção de reduzir a vulnerabilidade dos jovens ao crime organizado por meio da ampliação do acesso às atividades educacionais, culturais e esportivas, além da promessa de ampliar ações protetivas às mulheres, crianças e idosos vítimas de violência.

Na educação, o prefeito promete manter a fila zerada nas creches, além de ampliar o ensino em tempo integral nas escolas municipais e dar continuidade ao programa “Aprender e Ensinar”. O mandatário também quer ampliar os processos formativos para professores e gestores e lançar planos de ação com foco em alfabetização.

José Luiz Datena (PSDB)

O programa de governo do apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) não sugere metas quantitativas para o desenvolvimento do município. O tucano diz que estaria enganando o eleitor caso elencasse esses pontos. “Despejar números e dados sobre os eleitores é a forma mais eficaz de tentar ludibriar a população”, afirma o candidato em um dos textos.

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José Luiz Datena durante debate entre candidatos à Prefeitura de SP promovido pelo 'Estadão' Foto: Werther Santana/Estadão

As sugestões de Datena, no geral, visam a ampliação de programas e medidas que já estão em vigor na gestão municipal. Na saúde, por exemplo, Datena propõe a expansão da rede de referência em atendimento a pessoas com TEA (Transtorno de Espectro Autista). Em ideias novas, o tucano quer o uso de inteligência artificial para expandir a oferta de telemedicina na cidade.

Nas propostas de “bem-estar”, o jornalista diz que incentivará o futebol de várzea, integrando grandes clubes da capital paulista com associações esportivas de periferias. Para a segurança pública, o apresentador também quer aumentar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

No eixo de educação, o candidato do PSDB pretende aumentar o número de alunos estudando em tempo integral e propõe “mais segurança, boa alimentação, merenda de qualidade”, além de atividades extracurriculares, como “reforço escolar, ensino técnico e profissionalizante, artes, cultura, música, esportes, games, tecnologia e idiomas no contraturno”. O plano de governo, contudo, não cita programas específicos para a implementação dessas atividades.

Marina Helena (Novo)

O programa de governo de Marina Helena (Novo) é dividido em quatro eixos temáticos. A candidata do Novo promete uma “cidade segura e acolhedora”, dobrando o efetivo da CGM e criando um centro unificado de segurança pública, além de intensificar os investimentos em zeladoria urbana.

Marina Helena durante debate do 'Estadão' Foto: Werther Santana/Estadão

Para estimular a economia da cidade, Marina sugere a digitalização dos serviços públicos e o lançamento de “trilhas do futuro”, para capacitação profissional. Na saúde, a candidata quer manter como permanente o “Corujão da Saúde” e expandir a telemedicina.

Para a educação, Marina pretende dar mais transparência aos indicadores de ensino e ampliar o sistema de parcerias público-privadas (PPPs), com o sistema de “vouchers” para a rede privada.

Pablo Marçal (PRTB)

O empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) diz em seu plano de governo que pretende levar “São Paulo para 2050 em 2028″, ano do término do mandato do próximo gestor da capital paulista. A ideia é semelhante a do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que divulgava seu plano de metas com o slogan “50 anos em cinco”.

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Pablo Marçal durante debate entre candidatos à Prefeitura de SP promovido pelo 'Estadão' Foto: Werther Santana/Estadão

O documento com propostas registrado por Marçal na Justiça Eleitoral possui cem páginas ao todo. No entanto, excluindo páginas inteiras com fotos, outros materiais gráficos de campanha e páginas duplicadas, o número de folhas cai a 77.

Uma das propostas apresentadas pelo ex-coach é a de incluir câmeras de monitoramento em caminhões de lixo. Com isso, o postulante pretende “monitorar a coleta e o descarte adequados, assegurando a manutenção da limpeza e segurança nas áreas urbanas”.

Na educação, Marçal quer a “capacitação contínua” do quadro de funcionários, além de usar tecnologias no ensino. Sobre melhoria nos índices de alfabetização, ele promete um sistema de remuneração extra aos profissionais, baseado no resultado obtido. Na segurança, o empresário quer ampliar o uso de drones em ações preventivas.

Para a mobilidade urbana, o empresário sugere a construção de um teleférico nas periferias. Outra obra citada no plano do candidato é a construção de um arranha-céu de mais de mil metros de altura, para consolidar a imagem de São Paulo como “metrópole de destaque mundial”.

Na saúde, o ex-coach quer mais programas da Prefeitura com enfoque em saúde mental, da mulher e especializada em idosos. O ex-coach também quer firmar parcerias na área com universidades e centros de pesquisas e reduzir a fila de espera para exames na rede municipal.

Tabata Amaral (PSB)

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) apresentou em seu plano de governo mais de 230 propostas para a capital paulista. Os projetos estão divididos em 35 eixos temáticos, como segurança pública, cracolândia, educação e prevenção de desastres climáticos.

Uma das propostas apresentadas é o “passaporte da cidadania”, que cria um sistema de pontos para o munícipe que participar de programações culturais, frequentar academias públicas, entregar lixo reciclável em ecopontos e comparecer a consultas médicas. A partir dos pontos obtidos, o programa concede descontos na compra de livros, ingressos de museus, peças de teatro e jogos de futebol.

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Programa de governo de Tabata Amaral (PSB) pontua cidadão que reciclar lixo, participar de eventos e for à academia. Foto: Alex Silva/Estadão

Dentro do eixo temático contra a cracolândia, a deputada federal sugere a criação de um “distrito eletrônico” na Santa Ifigênia, bairro central de São Paulo onde há concentração de dependentes químicos. O “distrito eletrônico” na região seria um polo de pesquisa e inovação, com incentivos para a instalação de empresas e estudantes de tecnologia.

Sobre o estímulo à economia do município, a candidata do PSB propõe a criação do programa “SP 24 horas”, para o fomento a atividades noturnas da cidade. Quanto aos problemas da segurança urbana, Tabata quer criar um sistema integrado entre Prefeitura e governo do Estado no combate ao crime.

Na saúde, a deputada federal, se eleita, pretende criar o programa “Saúde nos Trilhos”, aumentando a capacidade de atendimento em equipamentos públicos de saúde localizados nas proximidades de estações de transporte. Tabata também quer aumentar o alcance da telemedicina na cidade.

Para a educação, Tabata quer ampliar as funções dos Centros Educacionais Unificados (CEUs), passando a oferecer atividades de cultura e esporte nos equipamentos, e criar o Programa “Jovem Tech”, para a capacitação em tecnologias de jovens de baixa renda.

Altino Prazeres (PSTU)

Na área de transportes, Altino Prazeres, do PSTU, sugere a estatização das concessionárias de ônibus, além de passe livre todos os dias e recontratação de funcionários para o posto de cobrador. Para a segurança pública, o metroviário sugere a gestão da CGM em comitês de bairro.

Altino quer 25% do orçamento da cidade para a saúde, além de estatizar todo o sistema de atendimento. A candidatura do PSTU também quer a estatização de toda a rede de educação privada, além da inclusão da educação sexual no currículo das salas de aula.

Altino Prazeres, candidato do PSTU Foto: Paulo Iannone/Sindicato dos Metroviários de SP

Outra área destacada pelo plano de governo do candidato é a habitação, para a qual Altino propõe uma política de “despejo zero” e regularização de todas as ocupações da cidade.

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Ricardo Senese (UP)

Ricardo Senese, da UP, propõe a expansão de hortas populares para o combate à fome no município. Para estimular a economia da cidade, o candidato sugere a redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, além da capacitação de jovens por meio de cursos profissionalizantes.

Ricardo Senese, candidato da Unidade Popular à Prefeitura de São Paulo Foto: @ricardosenese.up via Instagram

Na educação, a principal proposta de Senese é a eleição para a escolha de diretores das escolas da rede municipal. A UP também propõe a estatização do sistema de saúde, com 100% do quadro de funcionários contratados por concurso público.

Para a segurança da cidade, Senese defende uma política com foco em medidas “preventivas”, com ênfase em ações comunitárias.

João Pimenta (PCO)

O plano de governo de João Pimenta, do PCO, apresenta 15 eixos temáticos. Uma das propostas pretende aumentar a R$ 7 mil o salário mínimo de funcionários municipais. O candidato também sugere a moratória da dívida da cidade, ou seja, o não pagamento aos credores.

João Pimenta, filho do presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, e candidato da sigla à Prefeitura de São Paulo Foto: @joaojorge.caproni via Facebook

Pimenta propõe que a política de educação seja definida pelos trabalhadores da área e pela comunidade escolar. O candidato replica a medida para a área de saúde, que também é um dos eixos temáticos de seu plano de governo. Além disso, PCO defende o fim de parcerias com organizações sociais (OSs) e a estatização do sistema de saúde.

A candidatura do PCO também propõe a estatização de empresas de calçamento, água, luz e esgoto. Não há propostas para a área de segurança pública no plano de governo do partido.

Bebeto Haddad (DC)

O candidato Bebeto Haddad, do DC, não apresentou seu plano de governo ao TSE.

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Bebeto Haddad, então secretário municipal de Esportes de São Paulo, participa da inauguração do Museu do Futebol, em dezembro de 2011 Foto: Nilton Fukuda/Agência Estado