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‘Marçal está morrendo de medo’, diz Tabata Amaral em sabatina à Eldorado

Deputada federal do PSB encerra a série de sabatinas da Rádio Eldorado com candidatos à Prefeitura da capital paulista

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Foto do author Karina Ferreira
Foto do author Juliano  Galisi
Atualização:

A candidata à Prefeitura de São Paulo e deputada federal Tabata Amaral (PSB) afirmou que não teme perder eleitores para o “voto útil” com o avanço da campanha eleitoral. “Tem que ter coragem e firmeza para administrar uma cidade como essa, a rua me diz que há um caminho para a gente”, afirmou a parlamentar em sabatina à Rádio Eldorado na manhã desta quarta-feira, 4.

Durante a primeira metade do programa, o assunto predominante foi o desempenho da candidata do PSB nas pesquisas eleitorais e a adoção de uma estratégia combativa contra Pablo Marçal (PRTB). A candidata afirmou que busca o eleitor de perfil independente e que não receia repetir a sina de candidatas como Simone Tebet (MDB) e Marina Silva (Rede), que se posicionaram ao centro e não conseguiram se viabilizar eleitoralmente.

Tabata Amaral durante sabatina à Eldorado nesta quarta, 4 Foto: Werther Santana/Estadão

Sobre a estratégia combativa contra Marçal, Tabata disse que o influenciador está “morrendo de medo” com a exposição de possíveis irregularidades ao previsto na lei eleitoral. “As pessoas estão descobrindo quem ele é”, disse a candidata do PSB sobre o ex-coach.

Não combater Marçal é ‘antiético’, diz Tabata

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Tabata criticou seus oponentes por não adotarem o mesmo o tom combativo que ela contra candidatura de Marçal. Segundo a parlamentar, é preciso separar o que é ético do que é estratégia de campanha. ”O (Guilherme) Boulos não estava atacando Marçal porque ele tem sua única chance de ganhar essa eleição se, ‘Deus me livre e guarde’, for Boulos e Marçal no segundo turno”, disse Tabata. Enquanto isso, segundo a candidata do PSB, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) não combate Marçal de forma enfática porque quer o apoio do ex-coach em um eventual segundo turno.

Tabata criticou a estratégia de Boulos e Nunes pois, a seu ver, Marçal é uma “pessoa extremamente perigosa”. “Não é brincadeira quando a gente fala de um candidato que já foi condenado, preso, só foi solto porque entregou os seus comparsas, e que a gente sabe que tem inúmeras ligações com o crime organizado. Não pontuar isso é antiético, mesmo que não seja bom para a estratégia”.

Pecha de perseguido

Questionada sobre a possibilidade de Marçal incorporar um discurso de perseguido político, Tabata afirmou que o candidato do PRTB não teve nenhum direito cerceado pela Justiça Eleitoral.

“O Marçal não teve sua candidatura bloqueada, não teve sua liberdade para falar bloqueada. Ele está levando chamada atrás de chamada para seguir as regras. Financiamento ilegal não pode. Aí a pessoa fica lá: ‘Ai, meu Deus, estou sendo perseguido pelo sistema porque faço financiamento ilegal”, disse a deputada federal.

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Desempenho por faixa de renda

As pesquisas de intenção de voto indicam que Tabata Amaral apresenta seu melhor desempenho entre eleitores com mais de cinco salários mínimos, enquanto que, no segmento com renda de dois ou menos salários mínimos, a candidata não repete a performance. Perguntada sobre o tema, a deputada federal disse que seu principal obstáculo é o fato de ainda ser pouco conhecida. “Tá faltando eu ser conhecida, é o mesmo desafio de sempre”.

Além disso, segundo a candidata, o segmento com maior poder aquisitivo tem mais tempo de assistir o noticiário e se informar sobre política.

Marçal tem ‘máfia digital’

Tabata reforçou que tem crescido em intenções de voto nas periferias de São Paulo e que manterá a estratégia focada nas redes sociais.

A deputada federal afirmou que seus adversários estão disputando as eleições com “máquinas” e “muito mais dinheiro”. “Boulos tem a máquina federal, Nunes tem a máquina do município e do Estado, Datena esteve na televisão por décadas, mérito dele, e Marçal tem uma ‘máfia digital’ que o sustenta. Apesar disso, meus adversários estão caindo, e estou conseguindo crescer”.

Prefeita por oito anos

Tabata citou que pretende ampliar a cobertura da educação em tempo integral em 50% “durante o primeiro mandato”. Questionada sobre estimar desde já um segundo mandato à frente do Executivo da capital paulista, a candidata reforçou a vontade e disse que é uma “visão de longo prazo que está faltando para São Paulo”.

A deputada federal criticou o uso da Prefeitura como trampolim político, ou seja, sendo utilizada como catapulta de outros projetos políticos, como o governo do Estado ou a Presidência da República.

Aumento do efetivo da GCM

Tabata reforçou na sabatina propostas que constam em seu plano de governo, como o aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em pelo menos mil agentes, o que levaria o efetivo da entidade a oito mil guardas, além de fortalecer a formação dos servidores da GCM e aumentar a remuneração de quem atua em territórios mais perigosos. O custo da proposta, segundo a candidata, será de R$ 1 bilhão ao longo dos quatro anos de mandato.

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O projeto de Tabata para a GCM é mais contido que os planos de Guilherme Boulos, que pretende dobrar o efetivo da guarda, e de Pablo Marçal, que prometeu triplicar o número de servidores da corporação. A candidata do PSB alegou que, como não pretende mentir ou aumentar impostos, precisa ser “cuidadosa” com o plano de governo. “Quando vejo alguns adversários dizendo que vão dobrar o número de efetivos, tenho duas certezas: ou estão mentindo descaradamente, ou vão aumentar os impostos. Como não minto, e não vou aumentar os impostos, preciso ser cuidadosa em minhas propostas”, disse.

Desmobilização do comércio de celulares roubados

Ainda sobre segurança pública, a candidata citou uma proposta para desmontar o comércio de celulares roubados. Tabata disse que elaborou o projeto ao estudar uma medida em vigor no Piauí. Nesta terça, Boulos citou uma proposta semelhante em sua sabatina à Eldorado e também afirmou que importou uma política pública vigente no Piauí.

Zeladoria com ‘olhos da Prefeitura na rua’

Tabata também comentou sobre a zeladoria da cidade, ressaltando pretende criar uma canal para que o paulistano comunique a GCM sobre um problema na rua e a guarda, imediatamente, entre em contato com a Prefeitura para registrar a queixa.

A medida pretende agilizar chamados como podas por fazer, lixo espalhado, luzes queimadas, entre outros. “A gente quer que a GCM seja os olhos da Prefeitura na rua. O papel de fiscalizar se a cidade está bem cuidada não é da Guarda, mas queremos que ela tenha um canal direto para falar sobre os problemas”, disse a candidata. Ela propõe um trabalho conjunto entre GCM, Polícia Militar (PM) e subprefeituras, com cada entidade atuando conforme suas atribuições e em conjunto com outros entes.

Tarifa zero e ‘passaporte da cidadania’

Sobre o Domingão Tarifa Zero, implementado pela gestão Nunes, a candidata disse que pretende manter o programa, mas reformulá-lo. Além de ampliar a frota de veículos aos domingos, Tabata disse que pretende aumentar as linhas mais utilizadas no programa. Segundo a deputada federal, isso permitiria que mais pessoas frequentassem parques e lugares de lazer com a tarifa zero, ampliando o alcance do programa já vigente.

Ela mencionou ainda o projeto “passaporte da cidadania”, um programa de pontos para o cidadão que reciclar o lixo, fazer atividades físicas e comparecer a consultas médicas nos horários certos. Essas e outras atividades, sendo a medida, renderão pontos que podem ser trocados por ingressos para programas culturais. “São coisas que estamos pensando para domingo ser o grande dia para aproveitarmos a cidade maravilhosa que a gente tem”, disse.

Outras sabatinas

A entrevista de Tabata encerra a série de sabatinas da Eldorado com candidatos à Prefeitura da capital paulista. Além da deputada federal, também foram convidados os outros três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto: influenciador Pablo Marçal (PRTB), que assumiu compromisso e não compareceu, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), sabatinado nesta segunda, 2; e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), entrevistado nesta terça, 3.

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