São Paulo - O candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves, se recusou novamente a responder se já usou o aeroporto da cidade de Cláudio (MG), construído em um terreno que pertenceu ao seu tia-avô Mússio Guimarães Tolentino e ainda não foi homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Constrangido, o tucano disse neste sábado, 26, durante evento em uma obra social na região de Itaquera, na capital paulista, que "está tudo esclarecido" e passou a discorrer sobre a importância do empreendedorismo no País.
Em entrevista ao Estado, o tio-avô de Aécio afirmou que o aeroporto na cidade mineira era para todo mundo usar, "inclusive o governador". A questão do aeroporto foi até agora a pior crise enfrentada pela candidato tucano. Na última semana, Aécio evitou agendas públicas e se pronunciou sobre o caso apenas pelas redes sociais e por meio de notas divulgadas no site do PSDB.
No domingo passado, o jornal Folha de S. Paulo noticiou que as chaves do local continuam nas mãos dos parentes de Aécio. Fernando Tolentino, um dos filhos de Múcio, diz que a pista costuma ser usada pelo tucano, cuja família tem uma fazenda a 6 quilômetros dali.
Diplomacia. Em rápida coletiva concedida a jornalistas ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o tucano também comentou a recente troca de críticas entre o Ministério de Relações Exteriores do Brasil e de Israel, em meio aos conflitos na Faixa de Gaza. Aécio disse que faltou equilíbrio. "Todos nós temos que condenar o uso excessivo da força por parte de Israel, mas da mesma forma temos que condenar também as ações do Hamas, com o lançamento sucessivo de foguetes", disse. O tucano acrescentou que faltou uma palavra mais clara para um cessar-fogo. "O Brasil se precipitou em uma nota com um viés muito mais unilateral do que seria conveniente e esperado de um País como o nosso."
Economia. Em relação a recentes avaliações de analistas de mercado que indicam maiores chances de Aécio ganhar a eleição, o candidato disse que elas apontam na mesma direção: "o fracasso da política econômica de Dilma Rousseff".
Segundo ele, o atual governo perdeu a capacidade de gerar expectativas positivas na economia nos agentes internos e também externos. "Dados publicados já projetam um crescimento abaixo de 1%. Inimaginável há algum tempo atrás", afirmou. O candidato ainda afirmou que mais quatro anos de governo do PT significariam mais quatro anos de baixíssimo crescimento e inflação sem controle.
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