BRASÍLIA - Os partidos do Centrão - PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade - oficializaram nesta quinta-feira, 26, o seu apoio à pré-candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República. O ex-governador de São Paulo diz que se sente "mais amadurecido" para concorrer ao Planalto neste momento do que em 2006, quando concorreu pela primeira vez. Em sua fala, criticou os caminhos do populismo e do autoritarismo.
Em seu discurso, Alckmin disse não ter pressa ou preferência sobre o perfil do vice na sua chapa, e voltou a enfatizar que o prazo para essa decisão é 4 de agosto, data da convenção nacional do PSDB. O tucano repetiu a importância de ser um candidato "conciliador" e rejeitou "extremismo" e "populismo". "Todas as vezes que o Brasil buscou a conciliação e a pacificação, a democracia consolidou-se e a economia se fortaleceu. Não tem salvador da pátria, nem fórmula mágica, tem esforço coletivo", disse.
Nesta quinta, a Polícia Federal deflagrou a 10ª fase da Operação Zelotes, que apura desvios no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (Carf). Um dos alvos da operação é o economista Roberto Gianetti da Fonseca, idealizador de uma proposta chamada de “Manifesto Compromisso da Força Centro Democrático”, elaborada com o objetivo de mostrar que o tucano propõe um novo modelo de governança.
Segundo interlocutores do partido, o documento foi discutido por algumas pessoas do PSDB, mas não foi debatido oficialmente. Questionado sobre a operação, Alckmin demonstrou desconhecer as notícias. "Giannetti não faz parte da nossa campanha, mas sempre participou das equipes e campanhas do PSDB", respondeu.
O tucano também aproveitou para falar sobre suas propostas econômicas. Disse que o Brasil será uma "Abu Dhabi", em referência à capital dos Emirados Árabes, e ainda um "grande celeiro do mundo", ao citar o potencial do agronegócio no País.
Aliados
O líder do DEM, ACM Neto, disse que não é possível apoiar um candidato “querendo genuinamente votar em outro”, em uma clara referência à longa novela da aliança do bloco que chegou a pender para Ciro Gomes (PDT).
“Nesses dias de muita reflexão e dúvidas, é natural que tenhamos dúvidas”, disse ACM. “Temos de ouvir o coração na política também”, afirmou o deputado. ACM também fez referências sobre um possível racha no bloco, especulado nos últimos dias. “Todos os partidos que compõem essa aliança tinham pré-candidatos e fomos capazes de deixar de lado as questões internas de cada partido para promover uma aliança que foi encarada por muitos com ceticismo e desconfiança”, disse.
A aliança, segundo ele, teve espírito público e sentimento de brasilidade. “Foi com esse espírito que chegamos até aqui para convergir em torno de Alckmin”, disse. O líder dos democratas também agradeceu o empenho de Rodrigo Maia como pré-candidato. Mais cedo, o próprio ACM leu uma carta de Maia desistindo do posto. “Rodrigo vem dando contribuição imprescindível para a estabilidade democrática”, disse. Ele afirmou ainda que o presidente da Câmara foi a síntese da capacidade de diálogo e construção coletiva.
Marcos Pereira, do PRB, afirmou que o Brasil precisa ser encarado de forma realista e esperançosa e que o partido realizou pesquisas para escolher quem apoiar. Segundo ele, 72% dos entrevistados disseram que o próximo presidente precisa ser conciliador. “São Paulo está no azul e Alckmin vai fazer o País voltar ao azul também, rumo à conciliação”, disse. “O Brasil não pode mais flertar com extremos”, disse.
O líder do Solidariedade, Paulinho da Força, afirmou em seu discurso que “para tirar o País do buraco só um conjunto de forças como essas”. “Nós precisamos reconstruir essa organização sindical”, disse.
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