Aliados de Temer na Bahia, Imbassahy e Lúcio Vieira Lima ficam fora da Câmara em 2019

Ex-ministro, tucano teve pouco mais da metade dos votos que em 2014; votação de emedebista foi reduzida a um quarto

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SALVADOR - Principais aliados do presidente Michel Temer (MDB) na Bahia, os deputados federais Antônio Imbassahy (PSDB) e Lúcio Vieira Lima (MDB) não conseguiram votos suficientes para mais um mandato na Câmara nas eleições 2018. Este ano o tucano obteve pouco mais da metade dos votos que recebeu em 2014, enquanto a votação do emedebista foi reduzida a um quarto da que teve há quatro anos. O Estado tem 39 representantes na Casa.

Antônio Imbassahy (PSDB) não conseguiu mais um mandato na Câmara. Foto: PSDB

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Prefeito de Salvador por dois mandatos, entre 1997 e 2004, e governador da Bahia entre maio e dezembro de 1994, Imbassahy recebeu 66.320 votos e ficou em 45º lugar. Em 2014, ele foi o quinto deputado mais votado do Estado e recebeu 120 mil votos. Já Lúcio, recebeu 55.743 votos e ficou na posição 279 no ranking dos candidatos baianos a deputado federal em 2018. O emedebista, que havia sido o deputado baiano mais votado de 2014, com 220 mil votos. 

Imbassahy teve como dificultador para sua reeleição a relação próxima que teve com as pautas impopulares do governo Temer nos últimos dois anos, como as reformas trabalhista e da Previdência. Entre fevereiro e dezembro de 2017, Imbassahy foi ministro-chefe da Secretaria de Governo, quando cuidou da articulação política e atuou decisivamente para afastar as duas denúncias da Procuradoria Geral da República contra Temer. 

Lúcio foi abatido pelos escândalos de corrupção envolvendo sua família. Ele é réu por associação criminosa e lavagem de dinheiro no mesmo caso em que seu irmão, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, foi preso após a Polícia Federal encontrar R$ 51 milhões em apartamento dele em Salvador.

Quando Lúcio deixar a Câmara, será a primeira vez desde 1975 que sua família não terá cargo eletivo. O pai, Afrísio Vieira Lima, além de Geddel, foram deputados. Ele disse ao Estado que se dedicará à sua defesa quando deixar o cargo, mas afirmou que não deixará a política. "Ficarei fora de um cargo eletivo, mas nunca da política", disse. 

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O emedebista disse que pretende tocar seus negócios na área de produção de cacau e venda e compra de gado. No MDB da Bahia, apesar de não ser presidente, Lúcio continua sendo o principal liderança desde a prisão de Geddel, e é o interlocutor da direção estadual do partido com Temer.

"Eu não me elegi porque o povo não quis. Faz parte. Temos que respeitar a decisão do povo", disse o emedebista.

Imbassahy também foi procurado pela reportagem, mas as ligações não foram atendidas. É a primeira vez desde 1991, quando elegeu-se deputado estadual, que ele fica fora da política. Além de prefeito de Salvador e governador, foi presidente da Eletrobrás.

Agora, contudo, o tucano perde ainda mais poder dentro do PSDB da Bahia com o revés eleitoral sofrido nas eleições 2018. Ele já era minoria na legenda, após optar por aderir ao governo Temer, mas agora pode até deixar a política, segundo fontes próximas.

O presidente do PSDB baiano, o deputado federal João Gualberto, que deixou a política eleitoral ao não disputar a reeleição em 2018, é o atual detentor do comando da sigla.

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Do mesmo grupo interno do também Jutahy Magalhães Jr., que foi derrotado na corrida pelo Senado em 2018, Gualberto controla 20 dos 21 prefeitos tucanosbaianos. Tem ao seu lado também o poder econômico, já que é dono de supermercados de varejo, e o apoio da direção nacional do PSDB, por causa da proximidade com o presidente do partido e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, derrotado no primeiro turno este ano.