Bolsonaro pede que aliados evitem falar com imprensa

Presidenciável do PSL se encontra com partidários e parlamentares eleitos pela legenda; coletiva tem clima tenso e vaias a jornalistas

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A imprensa esteve no foco do candidato à Presidência pelo PSL nas eleições 2018, Jair Bolsonaro. Ainda pela manhã desta quinta-feira, 11, no Twitter, o presidenciável divulgou um texto sob o título “Imprensa Lixo!”, no qual comentou o assassinato do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa após uma discussão sobre política, na Bahia. À tarde, num hotel do Rio, pediu aos aliados para que não falem com a imprensa que, em sua opinião, “é toda de esquerda” e “quer arranjar um meio” de desgastá-lo.

O candidato Jair Bolsonaro se reuniucom parlamentares eleitos pelo PSL. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

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Durante entrevista coletiva, a primeira desde o resultado primeiro turno das eleições 2018, Bolsonaro ainda garantiu que vai defender a liberdade de imprensa e que seu plano não inclui o controle social da mídia. “Pessoal da imprensa, porque não dizer amigos, queremos que vocês sejam realmente independentes e tenham responsabilidade em tudo aquilo que escrevem”. Apesar da afirmação, alguns repórteres foram vaiados e hostilizados por partidários de Bolsonaro.

No texto postado no Twitter, Bolsonaro sugeriu que os jornais tentam prejudicá-lo ao afirmar que o assassino do mestre de capoeira é um eleitor seu. Bolsonaro escreveu que “o assassino não é um eleitor” e que “o crime não teve nada a ver com política”. Costa foi assassinado na madrugada da segunda-feira, num bar de Salvador (BA), após se posicionar contra o candidato do PSL. O assassino, Paulo Sérgio Ferreira de Santana, deixou o bar e voltou com uma faca para matar o mestre de capoeira com 12 golpes.

Na coletiva de imprensa, o presidenciável retomou o tema e afirmou que o seu partido não pode “admitir crime nenhum”.“Se foi uma pessoa que votou em mim, dispensamos esse tipo de voto. Quem quer que seja, cometeu um crime, tem de pagar.”

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Por cerca de 15 minutos, Bolsonaro falou abertamente à imprensa sobre temas do seu interesse. Em seguida, permitiu que jornalistas fizessem algumas perguntas. A primeira inscrita, uma repórter da Folha de S. Paulo, foi vaiada por apoiadores de Bolsonaro, que cercaram os jornalistas durante a coletiva. Foi preciso que o presidente do PSL, Gustavo Bebbiano, pedisse respeito à democracia para que permitissem que a repórter fizesse sua pergunta.

Pouco antes, no mesmo hotel, onde se encontrou com partidários e aliados, Bolsonaro já havia recomendado que não falassem com a imprensa. Ele se dirigiu em especial aos parlamentares eleitos, que, em sua opinião, devem ter “muito cuidado para lidar com a mídia.”

“Eles não querem fazer uma matéria isenta, dizendo algo que você sonha. Ele (o repórter) quer arranjar uma maneira de pegar uma frase sua, uma escorregada, para me atacar”, afirmou. O discurso foi transmitido no Facebook.

Ele ainda falou que a divulgação de notícias falsas nas redes sociais é uma característica própria do PT e acusou os adversários petistas pelo atentado sofrido em setembro. Bolsonaro foi atacado pelo pedreiro Adelio Bispo de Oliveira.

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