Caciques do PMDB patinam no 2.º turno

Nomes como Renan Calheiros e José Sarney não emplacaram seus candidatos nas capitais

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BRASÍLIA - Balanço do desempenho do PMDB nas eleições municipais feito pelo Estado aponta que o resultado do segundo turno do partido ficou aquém das expectativas de suas principais lideranças regionais. 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) Foto: André Dusek/ Estadão

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O partido obteve o maior número de prefeituras – 1.083 –, mas viu importantes quadros perderem influência em seus Estados, não bateu a meta na eleição para as capitais e ainda assistiu ao PSDB ultrapassá-lo em número de eleitorado governado nos municípios.

A meta do partido era conquistar 1,2 mil prefeituras e, pelo menos, cinco capitais. O partido, que lançou 16 candidatos a 26 prefeituras de capitais, só venceu em primeiro turno em Boa Vista, com a reeleição de Teresa Surita e, na segunda etapa, em Goiânia, com Iris Rezende, em Florianópolis, com Gean Loureiro, e em Cuiabá, com Emanuel Pinheiro.

Os principais caciques, no entanto, não emplacaram seus candidatos nas capitais, como o presidente do Senado, Renan Calheiros, em Maceió; Jader Barbalho, em Belém; e o líder do partido no Senado, Eunício Oliveira, que apoiou um candidato do PR em Fortaleza.

O presidente Michel Temer, que decidiu se manter afastado das eleições municipais para evitar rachas na base, também não conseguiu garantir um avanço do seu grupo político em São Paulo, com a tentativa frustrada de eleger a ex-petista Marta Suplicy como prefeita.

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Ocaso. A disputa municipal mostrou ainda o ocaso do grupo político do ex-presidente José Sarney. Em sua terra natal, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e seus aliados venceram na maioria das cidades. No Estado pelo qual o ex-presidente se elegia senador, o Amapá, o PMDB também praticamente não cresceu.

No Rio, o partido que atualmente controla a prefeitura com Eduardo Paes, ficou de fora do 2.º turno e diminuiu o número de prefeituras no interior.

Para o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), apesar do revés em algumas capitais, o importante é que o partido se manteve como o maior do País. “Pelo conjunto das vitórias fomos bem”, disse.

DESEMPENHO

Renan Calheiros (AL) O presidente do Senado não conseguiu se consolidar como maior liderança política em Alagoas – seu aliado Cícero Almeida (PMDB) foi derrotado em Maceió pelo adversário tucano;

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Eunício Oliveira (CE) Após o revés de ser derrotado na disputa ao governo estadual em 2014, o senador não emplacou seu candidato em Fortaleza;

José Sarney (MA e AP) O ex-presidente tem visto o avanço da oposição no Maranhão desde 2014, quando um aliado perdeu a disputa ao governo do Estado para Flávio Dino (PCdoB). Neste ano, o candidato do partido ficou em quinto na disputa em São Luís. Em Macapá, o aliado de Sarney perdeu no 2.º turno;

Jader Barbalho (PA) Além de não ter conquistado o governo do Pará em 2014, o partido amargou, nestas eleições, um quinto lugar na disputa pela prefeitura de Belém;

Eduardo Paes (RJ) O atual prefeito da capital não conseguiu fazer o sucessor depois de dois mandatos bem avaliados. Seu candidato, Pedro Paulo, nem sequer chegou ao segundo turno da disputa;

Romero Jucá (RR) O presidente do PMDB reelegeu apenas Teresa Surita, sua ex-mulher, na capital, no 1º turno. Em 2012, Jucá havia emplacado dois prefeitos em seu Estado.

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