Debate em Minas é marcado por polarização entre Pimentel e Anastasia

Candidatos concentraram ataques ao cenário de oposição entre governador e senador

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BELO HORIZONTE - O primeiro debate entre os candidatos ao governo de Minas Gerais, promovido pela TV Bandeirantes nesta quinta-feira, foi marcado pela polarização entre o atual governador Fernando Pimentel (PT) e o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB). Os demais candidatos concentraram ataques contra a gestão do petista.

Ao longo do debate, Fernando Pimentel tentou aproximar a sua candidatura com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato. O governador mineiro disse mais de uma vez que a crise financeira do Estado acontece por “um estrago que 12 anos de gestão tucana fizeram em Minas Gerais”.

O ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) e o atual governador Fernando Pimentel (PT) Foto: Mateus Sales/Band

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“Foi um debate de cinco contra um, mas isso faz parte da democracia, não acho que isso prejudique nosso desempenho”, disse o governador mineiro. Pimentel também declarou que muitos dados apresentados “não correspondem à realidade”.

Já Antonio Anastasia não desviou de comparar as ações de quando esteve à frente do governo mineiro, entre 2010 e 2014, com o governo petista. “Existe uma comparação entre o que aconteceu em nosso tempo e o que acontece agora”, declarou. Sem poupar Pimentel de críticas, o senador afirmou que o Estado “tem a obrigação de estimular a criação de empregos”.

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Apesar das muitas críticas à polarização política, Anastasia afirmou que o debate foi propositivo. “Mesmo quando há o ataque, ele é baseado em uma proposta”, disse o senador.

Mesmo em meio ao imbróglio sobre sua candidatura, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), participou do debate na Band. Em suas falas, Lacerda não deixou de atacar a “velha política”, que teria agido para retirar sua candidatura da disputa ao governo de Minas Gerais. “Nós temos todos os fundamentos jurídicos e legais para defender a nossa candidatura. Foi uma decisão arbitrária e ilegal”, disse o ex-prefeito.

João Batista Mares Guia (Rede) aproveitou as perguntas para criticar tanto Anastasia quanto Fernando Pimentel. “O governador parecia que estava em outra galáxia, pois todos os problemas do Estado é ‘Herança Maldita’. Anastasia também não assumiu que o governo dele gerou a crise fiscal”, afirmou.

Dirlene Marques (PSOL) também não deixou de criticar os candidatos do PSDB e do PT, principalmente pelas propostas econômicas de Anastasia, segundo ela baseadas em privatizações, e na “falta de respeito” com a área da educação, do governo de Pimentel. Dirlene só mencionou que é a única candidata ao governo mineiro no último bloco do debate.

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Claudiney Dulim (Avante), que foi confirmado como candidato já no final do período das convenções partidárias, afirmou, em mais de uma oportunidade, que a crise econômica vivida por Minas Gerais foi provocada por “16 anos de má gestão neste Estado”.

'Aécio se esconde', disse Pimentel

Somente no quarto bloco do debate o senador Aécio Neves, que tentará uma vaga na Câmara dos Deputados, foi citado pelos candidatos. Fernando Pimentel (PT) lembrou de Aécio ao criticar o tratamento da gestão do tucano (2003-2010) com a educação. “Aécio se esconde e parece que não vai ser candidato a nada”, disse o governador.

João Batista Mares Guia também citou o senador ao dizer que Antonio Anastasia atuou no processo de impeachment da ex-presidente cassada Dilma Rousseff, mas “acobertou” a situação de Aécio Neves, réu no Superior Tribunal Federal (STF), por corrupção e obstrução de justiça.

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As regras do debate

 O debate foi dividido em cinco blocos. No primeiro, os candidatos fizeram perguntas entre si, com a ordem definida por sorteio. No segundo bloco, perguntas dos espectadores da Band e da Rádio Bandnews foram feitas para os candidatos. Já no terceiro, as perguntas foram feitas por jornalistas da Band, que escolhiam um candidato para responder e outro para comentar a resposta. O quarto bloco teve a mesma dinâmica do primeiro e o último foi destinado para considerações finais.

A band explicou que convidou os candidatos cujos partidos possuem representantes no Congresso Nacional, seguindo a legislação eleitoral. Por esse critério, Romeu Zema (Novo), Alexandre Flach (PCO) e Jordano Metalúrgico ficaram de fora do debate.

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