SÃO PAULO – O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, minimizou nesta quinta-feira, 25, no Recife, as declarações dadas mais cedo pelo presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, para quem somente um "tsunami" pode fazer Jair Bolsonaro (PSL) não ser eleito no próximo domingo.
"O diretor do Ibope tem o direito de ter a opinião dele, assim com o diretor do Vox Populi também tem", desconversou o petista, que concedeu coletiva de imprensa transmitida nas redes sociais do partido. "Se vocês fizerem a mesma entrevista com o diretor da Vox Populi, vão ouvir coisas diferentes."
Segundo a última pesquisa do Ibope, divulgada na terça-feira, o capitão reformado do Exército lidera por uma diferença de 14 pontos porcentuais na contagem de votos válidos (57% a 43%). Já na mais recente pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada hoje, a diferença é de seis pontos (53 a 47%).
Em entrevista concedida ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente do instituto disse que o cenário atual aponta para a eleição de Bolsonaro. A dúvida, segundo ele, é em relação à diferença de votos entre ambos os candidatos. Montenegro apontou a falta de debates na TV e de um fato novo na campanha para justificar a declaração.
Haddad ainda reclamou da imprensa por supostamente publicar "só um lado". "Vocês têm que publicar os dois lados, mas publicam um lado só. Parece que estão fazendo campanha. Aí não dá", afirmou o candidato.
+ Em pequenos grupos, eleitores de Haddad tentam 'virar voto' nas ruas
Na coletiva, o presidenciável buscou se mostrar confiante na virada e citou a situação na capital paulista, onde, ainda segundo o Ibope, o petista tem 51% dos votos válidos, contra 49% do adversário. "É um sinal de que o Sudeste vai mudar de tendência. Com o Sudeste virando e a maioria que temos no Nordeste, isso vai nos possibilitar a vitória no domingo."
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.