Eduardo Leite, do PSDB, é eleito governador do Rio Grande do Sul

Tucano tem 53,40% dos votos e não pode mais ser alcançado por José Ivo Sartori (MDB)

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 PORTO ALEGRE - Com 100% das urnas apuradas, o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB) é o novo governador do Rio Grande do Sul. O tucano, com 53,62% dos votos válidos, bateu o candidato à reeleição, José Ivo Sartori (MDB), com 46,38%, nas eleições 2018. Votos brancos e nulos somaram 13,89% e a abstenção foi de 18,87%.

O governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) Foto: Flávio Neves

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O PSDB volta à frente do Estado após 8 anos. Yeda Crusius governou entre 2007 e 2010 pelo partido. Aos 33 anos, Leite se torna o governador gaúcho mais jovem desde a redemocratização. 

Em seu primeiro discurso após a confirmação da vitória, o novo governador agradeceu os votos e a cidade de Pelotas, que deu mais de 90% dos votos para o tucano.“Quero agradecer a esta população generosa que me confiou ser prefeito e que me deu 90% dos votos. É significativo, expressivo e uma responsabilidade para honrar toda essa confiança”, disse.

O tucano também comentou sobre as fake news que o atingiram durante a campanha, principalmente no segundo turno e falou em “esperança”. “Enfrentamos as mentiras, que estreitaram as diferenças nas pesquisas. Mas o povo gaúcho demonstrou que não cede a mentiras,que quer a esperança no lugar do medo”, afirmou. Leite também falou sobre a transição, que chamou de “período precioso”, e os planos para os próximos anos. “Vamos refinar os projetos. A transição é um dos momentos mais importantes para começarmos a trabalhar desde o primeiro dia, para focar no desenvolvimento econômico, na Segurança Pública e reequilíbrio financeiro para colocar os salários dos servidores em dia”, disse.

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Leite também comentou que “nunca usou sua idade para ser melhor ou pior do que ninguém” e disse que já havia sido parabenizado por Sartori. “Eu agradeci a gentileza da ligação dele. Eu reconheço o governador como uma pessoa idônea, a quem eu sempre respeitei. Saliento, nunca fiz ataque pessoal, embora não tenha merecido o tratamento do outro lado, que me atacou pessoalmente. Se não na pessoa do governador, mas aqueles que estavam vinculados a ele”, criticou.

O candidato derrotado, José Ivo Sartori, afirmou, após a divulgação do resultado que "cumpriu um grande papel". Sartori afirmou que ligou para Leite e disse que o governador eleito pode contar com ele. "Mesmo que não tenha sido nós os escolhidos no dia de hoje, acho que foi o Rio Grande do Sul que ganhou."

A campanha

Em sua primeira eleição ao governo do Estado, Leite apostou no discurso da “renovação com experiência” para se eleger. Em 2012, o tucano foi eleito o prefeito mais jovem da história de Pelotas, com 27 anos, depois de um mandato como vereador. Entre suas propostas, está a adesão “em outros termos” ao programa federal que permite auxílio à crise fiscal do Estado, além da “melhoria” na gestão dos recursos públicos, principalmente na Saúde e na Educação. Tem como vice o delegado e ex-chefe da Polícia Civil Ranolfo Vieira Jr. (PTB) com quem pretende montar um plano estadual para a Segurança Pública.

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Segundo especialistas, a “renovação” proposta por Leite encontrou eco no eleitorado gaúcho, insatisfeito com a classe política “tradicional”. “Leite, de alguma forma, representa uma novidade nesse cenário. Ele é jovem, ainda não maculado por esse elemento da política, e também havia um grau de rechaço ao PT”, afirmou o professor da UFRGS e analista político Aragon Dasso Júnior. Pela primeira vez em 28 anos, o PT ficou fora do segundo turno no RS.  Para o cientista político da Escola de Humanidades da PUCRS Augusto Neftali, a aliança firmada com o PP e o PTB, siglas com grande capilaridade no RS, foi importante para o sucesso da candidatura. “O PSDB gaúcho não é um partido grande, mas quando conseguiu apoio do PTB e do PP, formou-se uma coalizão muito clara de centro direita. Isso colocou a campanha do Sartori num espaço desconfortável de ter uma pauta liberal não contar com os partidos mais fortemente associados nesta pauta”, disse.  Em 2019, Leite vai encarar um Rio Grande do Sul com uma dívida que deve alcançar a casa dos R$ 80 bilhões e, segundo especialistas, o novo governador vai precisar de articulação para aprovar suas medidas. “Isso vai demandar a construção de uma maioria com forças que, em geral, são antagônicas ao PT. As propostas precisam ser sustentáveis do ponto de vista social quanto de ponto de vista financeiro”, destacou Neftali. Para Dasso Júnior, Leite terá que enfrentar o desgaste da imagem do Estado com servidores e com relação ao País, e colocar em prova sua própria experiência como administrador público. “Ele salta de um município para uma escala muito maior e não tem trajetória estadual ou federal. O Rio Grande do Sul é mais complexo”, pondera o professor da UFRGS.

Quem é Eduardo Leite?

Eduardo Leite (PSDB) é formado em Direito pela Universidade Federal de Pelotas, sua cidade natal. Seu gosto pela política, segundo ele, vem “desde pequeno”: foi presidente de grêmio estudantil e seu pai é fundador do PSDB no município. Elegeu-se para a Câmara Municipal no ano de 2008 e chegou à presidência do Legislativo. Foi secretário municipal e chefe de gabinete do prefeito Fetter Júnior (PP). Em 2012, foi eleito prefeito de Pelotas. Terminou sua gestão com 87,2% de aprovação mas não concorreu novamente ao cargo, por ser “crítico” à reeleição. Ainda assim, ajudou a eleger no primeiro turno sua sucessora, a vice-prefeita Paula Mascarenhas (PSDB). Leite estudou Gestão Pública na Universidade de Colúmbia (EUA) e faz mestrado em Gestão de Políticas Públicas na FGV-SP. É o presidente estadual do PSDB. Leite concorreu ao cargo de vereador em 2004 mas ficou com a suplência. Elegeu-se para a Câmara Municipal no ano de 2008 e chegou à presidência do Legislativo. Foi secretário municipal e chefe de gabinete do prefeito Fetter Júnior (PP). No ano de 2010, tentou, sem sucesso, o cargo de deputado estadual. Em 2012, foi eleito o prefeito mais jovem da história de Pelotas, com 27 anos. Terminou sua gestão com 87,2% de aprovação mas não concorreu novamente ao cargo, por ser “crítico” à reeleição. Ainda assim, ajudou a eleger no primeiro turno sua sucessora, a vice-prefeita Paula Mascarenhas (PSDB). Logo após deixar a prefeitura, Leite estudou Gestão Pública na Universidade de Colúmbia (EUA) e faz mestrado em Gestão de Políticas Públicas na FGV-SP. Em 2017, se tornou o presidente estadual do PSDB. Nesta eleição, o tucano saiu de 8% nas pesquisas para terminar na liderança 35,9% dos votos no dia 7 de outubro e liderar as intenções de voto no segundo turno. Leite apostou no discurso da “renovação com experiência” e propõe a renegociação do acordo fiscal com a União além da “melhoria” na gestão dos recursos públicos, principalmente na saúde e na educação. Tem como vice o delegado e ex-chefe da Polícia Civil Ranolfo Vieira Jr. (PTB) com quem pretende montar um plano estadual para a segurança pública.

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