Joaquim Barbosa declara voto em Fernando Haddad (PT)

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão, que condenou dirigentes do PT, afirma que 'pela primeira vez em 32 anos do exercício do direito de voto, um candidato inspira medo'

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Por Redação
Atualização:

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que chegou a ser cotado como candidato à Presidência da República pelo PSB, declarou voto em Fernando Haddad (PT).  O comunicado foi feito através da conta de Twitter do magistrado. Barbosa foi relator do processo do mensalão, que condenou dirigentes do PT envolvidos no escândalo. 

O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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"Votar é fazer uma escolha racional. Eu, por exemplo, sopesei os aspectos positivos e os negativos dos dois candidatos que restam na disputa. Pela primeira vez em 32 anos de exercício do direito de voto, um candidato me inspira medo. Por isso, votarei em Fernando Haddad". 

O Twitter foi o meio que Barbosa usou para comunicar a desistência de sua própria candidatura em maio deste ano. Na época, ele aparecia bem posicionado nas pesquisas com 10% das intenções de voto.

Bolsonaro

Pouco depois de Joaquim Barbosa ter declarado voto em Haddad, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) usou sua conta também no Twitter para postar um vídeo da época do processo do mensalão em que o então ministro do STF diz que "somente Jair Bolsonaro do PTB votou contra" uma lei que seria favorável ao então governo Lula, reiterando o discurso de que foi excluído do esquema de corrupção por Barbosa.

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Na legenda do vídeo, Bolsonaro disse: "Em suas redes sociais, Joaquim barbosa divulga voto em Haddad, mas já está na história que ele mesmo disse que só Bolsonaro não foi comprado pelo PT no esquema de corrupção conhecido como Mensalão, que feria gravamente a democracia do nosso país anulando o Poder Legislativo".

Joaquim Barbosa teve de desmentir a informação de Bolsonaro através do perfil oficial dele no Twitter. "Faço um esclarecimento público para desmentir uma manipulação que vem sendo feita ao longo desta triste campanha eleitoral", enfatizou o ex-ministro do STF. Ele reiterou que a AP 470 envolvia, sobretudo, presidentes e líderes de partidos.

"Bolsonaro não era líder nem presidente de partido. Ele não fazia parte do processo do Mensalão. Só se julga quem é parte no processo. Portanto, eu jamais poderia tê-lo absolvido ou exonerado. Ou julgado. É falso, portanto, o que ele vem dizendo por aí", reforçou Barbosa.

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