Nas eleições 2020, 13 candidatos a prefeito e vice-prefeito foram oficializados para a disputa em São Paulo. Após o prazo para registro das chapas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com uma candidatura indeferida, cinco coligações e oito partidos buscam chegar à Prefeitura.
O primeiro turno ocorre em 15 de novembro e o segundo, se houver, em 29 de novembro. Além de prefeito e vice-prefeito, o eleitores também escolherão os vereadores da capital paulista. A campanha eleitoral teve início no dia 27 de setembro.
Líder nas pesquisas de intenção de voto do Datafolha e do Ibope, o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB) é um dos principais nomes na corrida à Prefeitura de São Paulo. O deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) começou a campanha no topo do ranking nos levantamentos, mas minguou com o passar das semanas.
O PT escolheu o ex-secretário municipal Jilmar Tatto, mas o nome que despontou como favorito entre os eleitores de esquerda nas eleições 2020 foi o de Guilherme Boulos (PSOL). O ex-governador Márcio França (PSB) aparece também como um dos candidatos com potencial de disputar as primeiras posições.
Após atritos com o partido, Filipe Sabará, do Novo, pediu desfiliação da legenda e desistiu de vez das eleições em 29 de outubro. Antes, a chapa tinha sido indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) em 25 de outubro, quando a candidata a vice, a economista Marina Helena, renunciou à sua candidatura
Foram oficializadas ainda as candidaturas a prefeito de Antônio Carlos (PCO), Arthur ‘Mamãe Falei’ do Val (Patriota), Joice Hasselmann (PSL), Marina Helou (Rede), Orlando Silva (PCdoB) e Vera Lúcia (PSTU).
Confira abaixo quem são os candidatos a prefeito de São Paulo para as eleições 2020:
Andrea Matarazzo (PSD)
Figura histórica do PSDB, Andrea Matarazzo deixou o partido em 2016, após 30 anos, devido a conflitos com João Doria na disputa para a candidatura à Prefeitura de São Paulo nas últimas eleições municipais.
Naquele ano, o ex-embaixador e ex-ministro se transferiu para o PSD e compôs a chapa de Marta Suplicy como candidato a vice-prefeito. Em fevereiro, Matarazzo fez acenos ao presidente Jair Bolsonaro, depois que Datena dispensou seu apoio. Nas eleições 2020, a vice na chapa é a deputada estadual Marta Costa, filha de José Wellington Bezerra da Costa, pastor presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil e do Ministério do Belém. Conheça as propostas do candidato.
Antônio Carlos (PCO)
O Partido da Causa Operária (PCO) escolheu o professor da rede pública estadual Antônio Carlos como seu candidato a prefeito nas eleições 2020. O jornalista Henrique Áreas, que foi o candidato no partido ao Executivo municipal em 2016, compõe a chapa como vice. A oficialização aconteceu em convenção virtual em 12 de setembro.
Apesar de ter se candidato a deputado federal em 2018, Antônio Carlos foi considerado inapto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Veja aqui as propostas do candidato.
Arthur do Val ‘Mamãe Falei’ (Patriota)
Depois de ser expulso do Democratas, partido pelo qual se elegeu deputado estadual, Arthur do Val, conhecido como "Mamãe Falei", anunciou sua candidatura nas eleições 2020 pelo Patriota. A corretora de imóveis Adelaide Oliveira - porta-voz do Vem Pra Rua, movimento que defendeu o impeachment de Dilma Rousseff em 2015 - é a vice na chapa.
Oficializado candidato em convenção drive-thru, Val é youtuber e uma das principais lideranças do Movimento Brasil Livre (MBL). Ao longo de 2019, ficou conhecido por seus discursos inflamados na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Durante as discussões da reforma previdenciária do Estado, chamou servidores públicos de "vagabundos" e causou uma confusão na Casa. Saiba aqui as propostas do candidato.
Bruno Covas (PSDB)
O atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas, vai tentar a reeleição pelo PSDB, com o apoio do governador João Doria. Em um cenário marcado pela polarização, a estratégia será focar seu discurso no centro político. O vereador do MDB Ricardo Nunes compõe a chapa como vice.
Covas é neto do ex-governador Mário Covas e foi vice-prefeito de São Paulo, assumindo a cadeira de prefeito após Doria deixar a prefeitura para disputar o governo do Estado em 2018. No final de outubro do ano passado, o prefeito descobriu um câncer no estômago com metástase no fígado. Mesmo em tratamento, Covas não se licenciou da prefeitura.
Nas eleições 2020, o prefeito de São Paulo fechou uma aliança com dez partidos: DEM, Podemos, MDB, PSC, Progressistas, PL, PROS, Cidadania, PTC e PV. Este último retirou a pré-candidatura do médico sanitarista Eduardo Jorge para se juntar à coligação. Com a saída do advogado e produtor rural Ribas Paiva como pré-candidato, o PTC também se juntou ao apoio a Covas. As coligações garantem ao atual prefeito o maior tempo de exibição na campanha em TV e rádio. Confira as propostas de candidatos.
Celso Russomanno (Republicanos)
O deputado federal Celso Russomanno foi confirmado pelo Republicanos como pré-candidato a prefeito no começo de agosto, em um evento online. No último dia de convenção, a candidatura para as eleições 2020 foi oficializada, com o advogado e ex-presidente da OAB paulista Marcos da Costa, do PTB, como vice. A aliança com Costa, que chegou a ser anunciado como candidato de seu partido à Prefeitura de São Paulo, reforça o apoio do presidente Jair Bolsonaro à chapa. O mandatário já sinalizou apoio público à dupla.
Russomanno já disputou a Prefeitura de São Paulo outras duas vezes: em 2012 e em 2016. Jornalista que fez carreira na TV, ele é conhecido como defensor dos direitos do consumidor. Em outubro, uma pesquisa Ibope, realizada parceria com o Estadão e a TV Globo, mostrou que Russomanno liderava as intenções de voto na cidade, com 26%.
No início de setembro, o candidato se encontrou com o presidente Bolsonaro para negociar apoio público do mandatário. Veja as propostas de Celso Russomanno.
Guilherme Boulos (PSOL)
Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e à frente das principais mobilizações de rua de movimentos sociais, Guilherme Boulos é o candidato do PSOL para a disputa da Prefeitura de São Paulo nas eleições 2020, e se coloca como um nome forte no campo da esquerda. Para marcar o compromisso com a periferia, a convenção para homologação da candidatura ocorreu na comunidade do Morro da Lua, no Campo Belo (Zona Sul).
Foi candidato à Presidência da República nas eleições de 2018 pelo PSOL e, com apenas 0,58% dos votos, ficou na 10ª posição no primeiro turno. Sua chapa com a ex-prefeita Luiza Erundina como vice foi confirmada nas prévias do partido, derrotando a deputada federal Sâmia Bomfim e o deputado estadual Carlos Gianazzi na disputa pela indicação.
O candidato a prefeito já recebeu um manifesto de apoio de figuras historicamente ligadas ao PT, como os artistas Caetano Veloso e Chico Buarque, e os intelectuais Marilena Chauí e Luís Fernando Veríssimo. Para minimizar as manifestações, o PT de São Paulo pretende antecipar a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Jilmar Tatto, candidato da sigla.
O PCB retirou a candidatura do professor Antonio Carlos Mazzeo para apoiar Boulos. Em movimento similar, a recém-criada Unidade Popular retirou sua candidata, Vivian Mendes, para se juntar à aliança. Confira aqui as proposta de Guilherme Boulos.
Jilmar Tatto (PT)
Com a negativa do ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad de se candidatar novamente à Prefeitura, o PT escolheu o ex-secretário de Transportes de São Paulo Jilmar Tatto como candidato da sigla nas eleições 2020. O partido anunciou o deputado federal Carlos Zarattini como vice na chapa.
Em eleição interna, Tatto derrotou o deputado Alexandre Padilha por pequena vantagem. O grupo de Tatto exerce domínio sobre a máquina do PT na capital, mas o candidato é visto como um nome de pouca expressão eleitoral. Para o Senado, na única eleição para cargo majoritário que disputou, em 2018, o ex-secretário ficou sétimo lugar com apenas 6% dos votos.
Durante as prévias internas, o ex-presidente Lula chegou a dizer que o PT seria “esmagado” entre as candidaturas de Guilherme Boulos (PSOL), à esquerda, e Márcio França (PSB), ao centro, caso não tivesse um candidato forte como Haddad. A candidatura, oficializada em 12 de setembro, marca a primeira vez em que o PT está isolado na disputa. Entenda aqui as propostas de Jilmar Tatto.
Joice Hasselmann (PSL)
Ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann demonstrava publicamente seu interesse na Prefeitura de São Paulo há meses. Antes do racha na sigla, chegou a declarar que tinha o apoio do presidente Jair Bolsonaro e de Luciano Bivar, presidente do PSL, para a campanha. "Não sou mulher de amarelar", disse em entrevista concedida em julho ao Estadão.
Joice era parte de uma disputa interna do PSL paulista, que era presidido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. No entanto, a saída anunciada do grupo de Bolsonaro do PSL deixou o caminho livre para ela nas eleições 2020, que tenta se colocar como a candidata da direita, mas descolada do presidente da República. No dia da confirmação da candidatura, bolsonaristas atacaram a deputada nas redes sociais e a hashtag #JoiceNemAPau foi um dos assuntos mais comentados no Twitter brasileiro.
Para a escolha do seu vice na chapa, Joice barrou aliados de Jair Bolsonaro e optou pelo empresário Ivan Leão Sayeg, herdeiro da Casa Leão Joalheria. A definição ocorreu quando o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), defensor do presidente e herdeiro da família real, passou a pleitear o cargo.
Favorito da candidata, o ex-secretário da Receita Marcos Cintra vai coordenar o programa de governo e disputar uma vaga de vereador na capital. Saiba as propostas da candidata aqui.
Levy Fidelix (PRTB)
Também conhecido como o “candidato do aerotrem”, o presidente do PRTB, Levy Fidelix, anunciou que iria concorrer a prefeito de São Paulo em fevereiro. Essa é a quarta vez que vai disputar o cargo. Apesar de nunca ter sido eleito para nenhum dos cargos para os quais já se candidatou, o seu trunfo nas eleições 2020 é o vice-presidente Hamilton Mourão, que é membro de seu partido. O advogado Jairo Glikson é o candidato a vice-prefeito. Veja as propostas de Levy Fidelix aqui.
Márcio França (PSB)
Ex-vice-governador de Geraldo Alckmin em São Paulo, Márcio França ocupou a cadeira de governador do Estado em 2018 após o tucano anunciar sua candidatura à Presidência da República. Foi candidato a governador e, com 21,5% dos votos válidos, chegou ao segundo turno contra o candidato tucano João Doria, que foi eleito com 51,75% dos votos válidos.
No entanto, França obteve 58% dos votos na capital, contra 42% de João Doria, o que fortalece seu nome para a disputa da Prefeitura. Durante a oficialização de sua candidatura em evento na Câmara Municipal, França criticou tanto Doria quanto o presidente Jair Bolsonaro – este de forma mais branda.
Além do Avante, França recebeu o apoio do PDT em um movimento que sela uma aliança nacional entre as duas siglas. Com chapas conjuntas em capitais, PDT e PSB tentam quebrar a polarização entre bolsonaristas e o PT nas eleições 2020. No entanto, em agosto, o ex-governador compareceu a um evento com o presidente da República. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ameaçou terminar a aliança caso a aproximação continuasse. A aliança foi oficializada e Antonio Neto, presidente municipal do PDT, entrou como vice na chapa.
O Solidariedade anunciou apoio a França. A ex-prefeita Marta Suplicy deixou a sigla para apoiar a reeleição Covas. Entenda as propostas do candidato aqui.
Marina Helou (Rede)
A Rede homologou Marina Helou como sua candidata à Prefeitura de São Paulo nas eleições 2020. A oficialização da candidatura foi feita em conferência online ao vivo. Diferente do anúncio de pré-candidatura, a ex-senadora Marina Silva não estava presente.
No primeiro mandato como deputada estadual, Marina não deve deixar o posto para disputar a prefeitura. Formada em administração pública, ela participou do movimento de renovação política Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), com laços com o movimento Acredito. O empreendedor e jornalista Marco Dipreto, também da Rede, é o vice na chapa. Confira as propostas da candidata.
Orlando Silva (PCdoB)
O deputado federal Orlando Silva teve candidatura oficializada à prefeitura paulistana pelo PCdoB. Historicamente ligado a chapas petistas, o partido lançou um candidato próprio em São Paulo pela primeira vez. Silva foi vereador, ministro do Esporte de Lula e Dilma e deputado federal. Na Câmara dos Deputados, foi vice-líder do governo de Dilma Rousseff entre 2015 e 2016. Atualmente, exerce seu segundo mandato como deputado. A sindicalista e enfermeira Andrea Barcelos é a candidata a vice-prefeita do partido nas eleições 2020. Veja as propostas de Orlando Silva.
Vera Lúcia (PSTU)
Candidata à Presidência pelo PSTU em 2018, Vera Lúcia entra para disputar a Prefeitura de São Paulo pela mesma sigla neste ano. No primeiro turno da corrida presidencial, recebeu 0,04% dos votos válidos, ocupando a 12ª posição entre os candidatos. Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe, também teve candidatura lançada à Prefeitura de Aracaju em 2012. É a presidente do partido em Sergipe. O candidato a vice nas eleições 2020 será o professor Lucas Antônio Nizuma Simabukulo, também do PSTU. Conheça as propostas de Vera Lúcia para a cidade.
O que aconteceu com o candidato Filipe Sabará?
O Partido Novo escolheu o nome de Filipe Sabará, ex-secretário municipal de Assistência Social da gestão Doria à frente da Prefeitura de São Paulo, para concorrer nas eleições 2020. A candidatura a prefeito foi confirmada numa convenção em sistema drive-thru.
A campanha, no entanto, foi marcada por atritos com o partido que o lançou. No final de outubro, Sabará pediu desfiliação da legenda e desistiu das eleições. Antes, o Novo havia pedido expulsão do candidato da sigla, sob acusação de ter prestado informações falsas sobre sua formação acadêmica. No documento de desfiliação, Sabará criticou o processo de expulsão, afirmando que a decisão teria sido tomada sem provas.
O TRE-SP já tinha indeferido a chapa quando a candidata a vice, Marina Helena, renunciou à sua candidatura. O Novo informou que não indicaria outro nome e solicitou a exclusão dos concorrentes do processo eleitoral.
Anteriormente, o partido havia suspendido a candidatura, em decisão sigilosa tomada pelo Conselho de Ética do Partido. Na ocasião, Sabará alegou ser alvo de perseguição por "uma ala esquerdista" da legenda.
A suspensão imposta pelo partido, no entanto, foi derrubada pelo ministro Luis Felipe Salomão, do TSE. Em decisão de caráter liminar, o magistrado autorizou que Sabará participasse de atos de campanha e pedisse votos.
Até outubro de 2019, o candidato ocupava o cargo de presidente do Fundo Social, órgão oficial de filantropia do governo estadual. Sabará pediu afastamento do cargo para disputar o pleito e rompeu com Doria, e passou a adotar um discurso mais alinhado com o bolsonarismo. Ele tem 36 anos e é formado em marketing, economia e comércio exterior.
/COLABORARAM JOÃO KER, BRUNO NOMURA, FERNANDA BOLDRIN, RENATO VASCONCELOS E MÍLIBI ARRUDA.
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